De acordo com o MPPE, Patrícia foi atraída por Guilherme para dentro do carro - Foto: Reprodução/Facebook
Somente o lado do carro que Patrícia estava sentada ficou destruído - Foto: Nando Chiappetta/Arquivo DPO crime aconteceu por volta das 20h30, na Rua Fernandes Vieira. De acordo com a denúncia do Ministério Público estadual (MPPE), Guilherme atraiu Patrícia para o carro que estava dirigindo e jogou o veículo contra uma árvore, do lado em que a mulher estava sentada (banco do passageiro). Somente o lado direito do veículo ficou destruído. Em um primeiro momento, o caso foi considerado acidente de trânsito comum, mas a investigação da Polícia Civil colheu indícios que apontam que foi uma colisão intencional.
O farmacêutico tinha sido preso preventivamente em 17 de novembro de 2018, mas um recurso da defesa conseguiu converter a prisão em medida cautelar expedida em 17 de maio de 2019, que estabelecia condições para ele ficar em liberdade, enquanto aguarda o julgamento. O MPPE recorreu e, por unanimidade, o réu deve voltar à cadeia - só falta a expedição do novo mandado de prisão.
Em seu voto, o desembargador Fausto Campos afirma que a prisão preventiva de Guilherme visa “garantir a ordem pública” e evitar que ele “volte a atentar contra a vida alheia”. “As condições pessoais favoráveis ao acusado (ter emprego e residência fixos), por si sós, não asseguram o direito à liberdade provisória”, discorre o magistrado. O voto de Fausto foi seguido pelos outros dois desembargadores da 1ª Câmara - Leopoldo Raposo e Evandro Magalhães Melo.
Guilherme será levado à júri popular, mas de acordo com a assessoria do TJPE, não há ainda data prevista para realização do julgamento.
Família comemora
A mãe de Patrícia, Tereza Wanderley, de 69 anos, conta que se sente mais em paz com a volta do ex-genro à prisão. “Eu via, a qualquer hora, que ia encontrar um monstro na rua. Agora a gente (família) está mais tranquilo. Minha filha era uma batalhadora e precisava ser justiçada”, comenta.
O irmão da vítima, Fernando Wanderley, 37, vê a decisão como reflexo de uma semana especial de combate aos feminicídios. “Ontem tivemos o julgamento do caso Tássia Mirella, hoje esse resultado, e amanhã (dia 7) tem o aniversário da Lei Maria da Penha. Foi um basta a essa cultura machista”, pontua. “Patrícia nunca vai ser trazida de volta, ainda estamos muito devastados. A única forma de diminuir a nossa dor é na esperança de ver a justiça ser feita”, pontua.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados que representam Guilherme (Carlos Arruda de Sá e Marcus Vinicius Carvalho Alves de Souza).
Por Diário de Pernambuco
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