Uma vida de luta e conquistas ao lado da esposa Expedita Jacobina Ramalho
Falar do centenário de nascimento de Antônio Nunes, celebrado neste domingo, 30 de junho de 2019, é um momento propício à reflexão sobre a vida de um homem de bem, que por várias décadas fixou residência no sítio Mundo Novo, zona rural de Petrolândia.
A data é comemorada pela família, em especial pela esposa Expedita Jacobino Ramalho, 96 anos, moradora da Quadra 05 de Petrolândia. Expedita Jacobino Ramalho é avó materna deste blogueiro e radialista Assis Ramalho.
Conheça a história do casal vivida em terras do sítio Mundo Novo, hoje ocupada por povos indígenas.
Antônio Nunes
Homem trabalhador, tinha criatório de cabras e gado, plantava feijão, melancia e muita mandioca. Também era marchante, matava boi para a feira de Barreiras, distrito de Petrolândia. Costumava dizer que a palavra de um homem mais que dinheiro valia. Antônio Nunes faleceu na Nova Petrolândia em 2001, vítima da doença de Chagas, aos 89 anos.
Expedita Jacobino Ramalho - uma vida de luta e conquistas ao lado do marido, no sítio Mundo Novo (Petrolândia).
Paraibana de Conceição do Piancó, Expedita Jacobino Ramalho cuidava da casa e na hora da colheita ajudava o marido Antônio Nunes, mas nunca precisou trabalhar de enxada. Levava comida para os trabalhadores e, aqui acolá, se juntava às mulheres para apanhar feijão quando a safra era farta. Antônio Nunes e Expedita Jacobina gostavam de ver o trabalho animado da casa de farinha. Era tanta mandioca que precisava chamar gente de fora para ajudar.
Paraibana de Conceição do Piancó, Expedita Jacobino Ramalho cuidava da casa e na hora da colheita ajudava o marido Antônio Nunes, mas nunca precisou trabalhar de enxada. Levava comida para os trabalhadores e, aqui acolá, se juntava às mulheres para apanhar feijão quando a safra era farta. Antônio Nunes e Expedita Jacobina gostavam de ver o trabalho animado da casa de farinha. Era tanta mandioca que precisava chamar gente de fora para ajudar.
As mulheres, normalmente eram as encarregadas de raspar a mandioca, que depois de raspadas eram colocadas na cevadeira, espécie de triturador, fazendo a massa cair em um grande cocho de madeira , que depois era levada para a prensa. Fazer a roda da prensa girar era coisa de homem, precisava ter força. A água que desprendia da massa era jogada fora. Era venenosa. Já a massa, agora livre da água, era peneirada e seguia para o forno, onde era mexida por braços de homem até torrar. Uma parte dessa massa, antes de ir ao forno, era novamente lavada e jogada dentro de uma pequena rede para coar. O caldo que dela escorria era aparado, da água decantada surgia a goma branquinha com a qual se fazia o tapioca e o beijú.
A única festa que o casal não perdia perdia era a de Nossa Senhora da Saúde em Tacaratu. Antonio Nunes levava carne de bode retalhada e ficavam por lá, pelo menos os últimos três da festa em casa de amigos. Religiosa, católica fervorosa, Expedita é integrante do Apostolado da Oração desde esse tempo. Muitas vezes o casal ia a pé assistir à missa do Sagrado Coração de Jesus em Tacaratu.
Os filhos foram crescendo e precisavam continuar a estudar, pois no sítio Mundo Novo só havia o primário. Antônio Nunes, que era marchante, matava boi para a feira de Barreiras, comprou casa lá e botou os filhos mais velhos para estudar. Anos depois teve que comprar casa em Petrolândia para que fizessem o segundo grau. Moraram na rua Gonçalves Dias, 126.Antônio Nunes e Expedita Jacobina continuavam no Mundo Novo. Agora, o que era bom ficou melhor. Energia, água encanada e muito mais gente morando por lá. Ao todo dezoito famílias.
Blog de Assis Ramalho
Minha infância foi marcada por essa família, onde sempre ia passear na casa deles!
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