Os advogados do hacker Walter Delgatti Neto, preso por suspeita de invadir o celular de diversas autoridades, afirmaram, neste domingo (28), que o cliente deixou, com pessoas dentro e fora do país, cópias de mensagens relacionadas aos alvos. De acordo com a defesa, os arquivos, obtidos por meio das contas de juízes, parlamentares e procuradores no aplicativo Telegram foram distribuídas para “fiéis depositários”.
Walter confessou ter hackeado o ministro da Justiça, Sérgio Moro; o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná; o deputado Kim Kataguiri, entre outros.
Nos trechos dos depoimentos que foram divulgados até agora, o acusado contou que repassou os diálogos interceptados para o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.
Também disse que tinha a intenção de repassar os arquivos ao PT. Ele confessou ainda que entrou em contato com a ex-deputada Manuela D’Avilla (PCdoB) e pediu o contato de Glenn. No entanto, até então não citou colaboradores nos quais repassou o conteúdo obtido.
Em nota, os advogados do acusados informaram do destino do conteúdo subtraído dos celulares. "Para todos os fins, registra, por pertinente, que o conjunto das informações está devidamente resguardado por fiéis depositários, nacionais e internacionais", diz a manifestação.
A Polícia Federal suspeita que além dele, dos outros três presos na Operação Spoofing, outras seis pessoas estão envolvidas nos ataques que utilizam o meio cibernético para serem colocados em prática.
Walter tem pelo menos 20 acusações contra ele em instituições policiais e na Justiça. Na maioria delas, ele é acusado pelo crime de estelionato. Na lista de vítimas estão bancos, homens, mulheres, advogados, empresários e o governo.
Quando foi preso pela PF, ele estava sendo procurado por uma acusação de envolvimento com o uso e venda de drogas, além de falsificação de documento público.
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