Parceria visa a redução da taxa de mortalidade materna e prevenção do câncer de colo de útero em Pernambuco (Foto: Heudes Regis/SEI)
“Quem acompanha a saúde pública no Brasil sabe que os avanços estão cada vez mais difíceis de serem concretizados, pelo momento por que passa o nosso País. Isso faz com que os Estados e municípios tenham que buscar alternativas que garantam atendimento à população. Nesse intuito, esse termo é uma troca de esforços para garantir a prevenção da mortalidade materna e do câncer de colo de útero. Temos que prestar atenção na saúde da mulher por toda a vida dela, e da gestante, que carrega outra vida dentro dela”, afirmou Paulo Câmara.
O governador também destacou a atuação da OPAS/OMS, frisando que o conhecimento da organização ajudará o Estado a atingir as metas almejadas. “Teremos a participação de uma instituição que estuda, conhece e atua nas mais diversas frentes em toda a América. A OPAS conhece as especificidades de cada região e estará conosco para potencializar os serviços e buscar os resultados que garantam redução de indicadores da saúde da mulher e das crianças”, pontuou.
A atuação da OPAS/OMS contará com consultores internacionais e nacionais que apoiarão os processos de transferência de experiências e conhecimentos, e irão capacitar profissionais e gestores pernambucanos em todas as regiões do Estado. O projeto será dividido em três módulos que ocorrerão paralelamente: diagnóstico, intervenção e monitoramento. Ainda este ano, as equipes realizarão o diagnóstico da rede de saúde obstétrica e da demanda e oferta da linha de cuidado da prevenção do câncer de colo de útero no Estado, para aumentar o impacto e a efetividade das intervenções. Também serão realizados encontros mensais com a participação das 20 maiores unidades da rede materno-infantil do Estado para monitoramento da gestão dos leitos em articulação com a Central de Regulação do Parto.
Embora o Governo de Pernambuco tenha feito intervenções exitosas nas áreas que fazem parte do foco do termo de cooperação, o secretário de Saúde André Longo ressaltou que ainda há a necessidade de enfrentar e discutir essas questões. “Esse acordo é um desafio grande e ousado, mas confiamos muito em todos os profissionais que trabalham na Secretaria de Saúde e em todo o modelo obstétrico em Pernambuco. Queremos dar uma resposta nesse aspecto, reduzir a mortalidade materna aproveitando toda expertise que tem a OPAS/OMS, que também já trabalha em outros Estados. Essa parceria vai dar frutos para que, ao longo dos próximos anos, possamos atingir os objetivos”, afirmou.
Representante da OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross afirmou que a assinatura do termo simboliza uma nova forma de cooperação para inovar e pensar juntos, não somente para coisas boas, mas também questões para as quais ainda não foram encontradas soluções. “Esse termo representa trabalhar juntos para melhorar a saúde do povo que busca e sonha com um mundo mais saudável e sustentável. É um caminho difícil, mas vamos inovar e pensar para termos bons resultados”, garantiu.
METAS - Com a meta de reduzir a taxa de mortalidade materna para 35 óbitos por cem mil nascidos vivos até 2022, o acordo propõe diversas ações. Entre elas, a capacitação para melhorias em toda a rede de maternidades, com aumento da qualidade e oferta do pré-natal e promoção da vinculação obstétrica, que terá início pela I Macrorregional de Saúde - que engloba a RMR, zonas da Mata Norte e Sul e o Agreste Setentrional - e a IX Geres, que tem sede em Ouricuri, respectivamente; estudo sobre o itinerário das gestantes para qualificar o mapa de vinculação obstétrica; e a capacitação de 2 mil profissionais das redes básicas de saúde sobre planejamento reprodutivo e métodos contraceptivos de longa duração, tendo como meta atingir 2% de dispositivos intrauterinos (DIU) inseridos em mulheres em idade fértil nos próximos 4 anos.
Já as metas para prevenção ao câncer de colo do útero, doença que vitima em torno de 300 pessoas por ano em Pernambuco são, por meio das intervenções, melhorar os atuais indicadores e atingir, até 2022, cobertura mínima de 80% nos grupos prioritários da vacina contra o HPV; aumentar a cobertura do exame citopatológico nas mulheres na idade preconizada (25 a 64 anos) para 80%; além de garantir a oferta dos serviços de colposcopia (exame que identifica lesões que podem evoluir para o câncer de útero); e o tratamento das lesões precursoras do câncer de colo através da cirurgia de alta frequência (CAF) para todas as mulheres com indicação médica.
Estiveram presentes à solenidade os deputados estaduais Antonio Fernando e Sivaldo Albino; os secretários estaduais Aluísio Lessa (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Silvia Cordeiro (Mulher); o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, representando o prefeito do Recife, Geraldo Julio; o diretor-adjunto da OPAS em Washington (EUA), Jarbas Barbosa; a presidente do Imip, Silvia Rissin; e o diretor da Fiocruz em Pernambuco, Sinval Brandão.
SEI-PE
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