Bolsonaro subiu ao palco às 15h30 sob aplausos dos fiéis. Em seguida foi exibido no telão um vídeo curto com uma mensagem de Bolsonaro exaltando a Marcha Para Jesus.
A bispa Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, agradeceu a presença do presidente: "Pela primeira vez na presidência do Brasil se ouviu o nome de Deus acima de todos". Ela também ressaltou o fato de Bolsonaro ter levado a mulher Michele para discursar no dia da posse, em 1º de janeiro. O apóstolo Estevam Hernandes, também da Renascer, destacou a presença de Bolsonaro na Marcha.
Em seguida, os integrantes da igreja puxaram uma oração com a presença de Bolsonaro. O prefeito Bruno Covas (PSDB) também discursou. "A cidade de São Paulo celebra a sua diversidade religiosa", afirmou Covas.
Bolsonaro discursa
O presidente agradeceu ao convite do casal Hernandes e afirmou que "é muito bom estar entre amigos".
"Melhor ainda quando esses amigos têm Deus no coração. Porque assim agora nós somos irmãos. Muito obrigado pelo convite. O ano passado eu lhes disse: 'Se Deus quiser, estarei o ano que vem nessa Marcha como presidente da República do Brasil!'. Um presidente que diz que o estado é laico, mas ele é cristão!", disse Bolsonaro.
Ao público, o presidente afirmou: "Vocês foram decisivos para mudar o destino dessa pátria maravilhosa chamada Brasil. Todos nós juntos compartilhamos dessa responsabilidade. Onde primeiro Deus e depois a família respeitada e tradicional acima de tudo"
"Eu agradeço a Deus também primeiro por estar vivo, porque foi dele esse dom de me dar pela segunda vez a vida. Agradeço a vocês pelas orações nos momentos difíceis que encontrei pela frente. E Ele nos deu a presidência."
Bolsonaro chamou ao seu lado o embaixador de Israel, Yossi Shelley. "Eu sempre cito Israel quando tenho oportunidade. Costumo dizer: 'Olha o que Israel não tem e o que eles são'. E cá para nós, veja o que o Brasil tem e que nós somos."
O evento combina caminhada, shows e apresentações de pastores evangélicos. Os organizadores esperam 2 milhões de pessoas. Bolsonaro chegou por volta de 14h50 e ficou atrás do palco aguardando a sua ver para discursar no palco.
Mais cedo, o governador João Doria (PSDB) subiu ao palco de um dos trios elétricos ao lado da mulher, Bia Doria, por volta de 12h. Ao lado do pastor Estevam Hernandes e Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, uma das organizadoras da Marcha, Doria discursou para milhares de fiéis que participam do evento religioso. "Este é o caminho da paz, essa é a marcha da paz, da harmonia, daqueles que amam São Paulo, o Brasil, amam sua família", disse Doria.
Além da Renascer, participam pastores e fiéis de outras igrejas populares, como a Assembleia de Deus e a Universal do Reino de Deus.
A caminhada começou primeiro com as crianças, a Marcha Kids, às 9h30. Às 10h, os fiéis iniciaram a Marcha saindo da região da Luz, no Centro, com destino à Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB), perto do Campo de Marte, na Zona Norte.
Durante a longa caminhada os fiéis acompanham trios elétricos com pastores e bandas gospel. Ao longo percurso não faltam vendedores ambulantes: um dos itens mais populares era a bandeira de Israel, usada por alguns fiéis como manto.
Religião x política
Moradora do Mandaqui, na Zona Norte da capital, Sheila de Andrade, 55 anos, frequenta a Marcha Para Jesus há cinco anos. Dessa vez, ela veio com sua filha Agnes Camilo, 25 anos, e os netos Henrique, de 7, e Ariela, de 5 anos de idade. "Nós estamos aqui porque a marcha representa tudo que a gente precisa nesse momento: de paz, amor, família, um país melhor e mais justo", diz.
Apesar da multidão, Agnes diz não ter medo de trazer os filhos pequenos. "É muito seguro, eles se divertem", conta. "São eles que sempre pedem para vir."
Sheila acompanhou os trios elétricos na caminhada, inclusive aquele onde o governador João Doria estava presente, mas foi embora do evento antes do pronunciamento de Jair Bolsonaro, marcado para as 15h. Para ela, a presença de políticos na caminhada é bem-vinda, mas a marcha não deve virar palanque político.
"Eu acho que todos são seres humanos, independente do seu cargo, e como Jesus é para todos nós não podemos julgar [os políticos que vieram]. Mas eu particularmente acho que tinha que ser mais separada a política da religião", diz. "A influência religiosa na política, ao meu ver, não é positiva. Ainda mais nesse momento de conjuntura política que a gente vive porque as pessoas acabam se influenciando."
Com os filhos
Rita de Cássia, de 52 anos, frequenta a Marcha Para Jesus há 22 anos, desde quando se converteu à religião evangélica. Ela veio à caminhada de trem desde o Grajaú com seus dois filhos e colegas da igreja que frequenta.
“Na Marcha vem um monte de gente, mas todo mundo de bem. Quando vem alguém que não tá no mesmo ritmo, ela logo se contagia também”, diz.
A música é um dos principais atrativos para Sidney Batista, 24 anos, que veio à marcha pela primeira vez neste ano, acompanhado de amigos. Para ele, o show mais aguardado é o da cantora sertaneja Isadora Pompeo, que se apresenta às 14h40. Natural do Jardim Itapema, na Zona Leste de São Paulo, Batista promete repetir a programação ano que vem.
Também da Zona Leste da capital, Geisa Moraes, 32, veio pela primeira vez este ano e se surpreendeu com a união entre diferentes igrejas proposta pelo evento. “Não tem bandeira de igreja, não tem placa, são todos os irmãos unidos em nome de Jesus”, diz. “É maravilhoso, não tem como explicar essa emoção. Devia ter vindo antes.
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