Um grupo de cerca de vinte pessoas do movimento Direita Serra Talhada impediu que a sessão ordinária da Câmara de Vereadores fosse realizada nessa segunda-feira (27) como manda o regimento interno. Com cartazes, bandeiras do movimento e do Brasil, o grupo ocupou o plenário para impedir a votação da Moção de Repúdio 013/2019, de autoria do vereador Sinézio Rodrigues(PT) contra os cortes de 30% na Educação e, por tabela, contra o governo Jair Bolsonaro.
A sessão ‘pegou fogo’ quando o vereador Rosimério de Cuca afirmou que iria votar para aprovar a moção e justificou. “Vou votar a favor porque voto contra os cortes de verbas da Educação. Não votei e nem voto em Bolsonaro, mas quero o melhor para o Brasil e que o seu governo acerte”, ponderou o parlamentar.
A confusão aumentou com os contrapontos dos vereadores André Maio e Paulo Melo, que usaram a tribuna com argumentos contra a Moção de Repúdio. “Tenho obrigação de defender o governo porque fui eleitor dele”, justificou Paulo Melo, recebendo aplausos dos bolsonaristas, que não poderiam fazer manifesto em plenário.
A claque ficou inquieta e passou a intervir na sessão, quando o presidente da casa Joaquim de Souza Melo, Manoel Enfermeiro, solicitou o silêncio e o respeito dos adeptos de Bolsonaro. “Vocês tem que respeitar esta Casa. Aqui não tem palhaçada e se continuar assim vou suspender a sessão”, ameaçou o presidente.
A tática dos bolsonaristas foi continuar com as palavras de ordem e tentaram intimidar Manoel Enfermeiro, fazendo questionamentos com uma câmera de celular ligada. A sessão foi suspensa, e não teve retorno, porque segundo a Assessoria Jurídica, ‘os vereadores foram atacados com palavras de baixo calão e xingamentos, e não havia segurança suficiente para continuar com os trabalhos”.
NOTA OFICIAL
Ao término da sessão ordinária, a Mesa Diretora da Câmara emitiu uma nota justificando a suspensão, afirmando ainda que os bolsonaristas promoveram a desordem. Confira a nota na íntegra.
“A Câmara de Vereadores de Serra Talhada-PE, vem a público comunicar que, em razão de desordem promovida por grupo organizado existente na plateia, durante a sessão ordinária ocorrida no dia 27 de maio de 2019, tendo a Presidência solicitado várias vezes que a plateia respeitasse os trabalhos, sem êxito nessas solicitações, o que motivou os vereadores suspenderem a sessão, em cumprimento do disposto no Regimento Interno do Poder Legislativo, especialmente em impedir que os presentes se manifestem durante as sessões, solicitando sua retirada quando necessário:
Art. 21- O Presidente é o representante da Câmara quando ela se pronunciar coletivamente, o supervisor de seus trabalhos e fiscal de sua ordem.(…)
Art. 22- Compete ainda ao Presidente, quanto às sessões da Câmara:
I – presidi-las, mantendo a ordem necessária ao bom andamento dos trabalhos;(…)
VI – suspender a sessão, quando necessário;
VII – impedir que os presentes se manifestem durante as sessões, solicitando sua retirada quando necessário;(…)
Art. 23- Compete também ao Presidente da Câmara Municipal manter a ordem e a disciplina no âmbito da Casa Joaquim de Souza Melo e em suas adjacências.
Uma vez que a ordem não foi reestabelecida, os vereadores decidiram por encerrar definitivamente a seção.
A democracia não pode ser compreendida como anarquia. Os Poderes constituídos devem seguir as regras formais de funcionamento, não só pelos seus membros, mas pela população presente. Sempre é bom termos o plenário do legislativo cheio, acompanhando os trabalhos que define os rumos de nossa população, porém, a existência de grupo organizado para promover desordem, apenas atrapalha os trabalhos e promove um desserviço à sociedade.
A Câmara de Vereadores de Serra Talhada reitera o respeito à população no cumprimento de suas obrigações, ao passo que sempre está de portas abertas para receber a sociedade civil.
Por Farol de Notícias
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