Único piloto campeão mundial pela Ferrari e McLaren, o austríaco Niki Lauda, lenda da Fórmula 1, morreu nesta segunda-feira, aos 70 anos, em Viena. No início do ano, o ex-piloto teve uma gripe forte após fazer, há oito meses, um transplante de pulmão e vinha fazendo hemodiálise. Na carreira, Lauda foi campeão 1975, 1977 e em 1984. As duas primeiras pela Ferrari e a última, pela McLaren. A aposentadoria aconteceu em 1985.
- Com profunda tristeza, anunciamos que nosso amado Niki morreu pacificamente com sua família na segunda-feira, 20 de maio de 2019. Suas realizações únicas como atleta e empreendedor são e permanecerão inesquecíveis; seu incansável entusiasmo pela ação, sua franqueza e sua coragem permanecem um modelo e uma referência para todos nós. Era um marido amoroso e atencioso, pai e avô longe do público, que sentirá sua falta - diz o e-mail assinado com a família de Lauda.
A McLaren se manifestou através das redes sociais: "Todos na McLaren estão profundamente tristes ao saber que nosso amigo, colega e campeão mundial de Fórmula 1 de 1984, Niki Lauda, faleceu. Niki estará para sempre em nossos corações e consagrado em nossa história.", dizia a publicação no Instagram.
O jornalista Celso Itiberê, especializado em Fórmula 1, lamentou a morte da lenda austríaca.
Abaixo, veja o momento do acidente:
— Niki Lauda foi um dos grandes nomes do automobilismo. Imagine que ele depois do terrível acidente de Nurburgring em 1976 voltou a correr com chances de ser campeão. Só não o foi porque choveu na última prova e ele, como não estava nas melhores condições físicas, decidiu parar o carro em vez de correr outro risco de acidente.
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Em 1997 e 2005, o austríaco havia passado por um transplante de rim.
Andreas Nikolaus Lauda disputou seu primeiro GP em 1971, na Áustria, pela equipe March. No início, ele chegou a pagar para ocupar o cockpit. A primeira vitória do tricampeão foi em Jarama, perto de Madri, na Espanha, em 1974, com a escuderia BRM. Ao todo, foram 25 vitórias na Fórmula 1. Sua última prova foi na Austrália, em 1985.
Itiberê relembrou o início da lenda na principal modalidade do automobilismo:
— Eu gostava do Lauda desde quando ele começou na March, numa época em que Mundial era dominado por Emerson Fittipaldi e Jackie Stewart. O Emerson me dizia: “Esse garoto vai longe, ele não comete nenhum erro”. Era um prazer ver o Lauda correr, porque ele era muito competitivo numa época em que o piloto e as informações que ele tinha faziam muita diferença no campeonato.
Em 1976, Lauda sofreu o acidente que lhe desfigurou o rosto em Nurburgring, na Alemanha, quando ficou preso às ferragens e seu carro pegou fogo. Mas não apenas voltou a correr terminou naquele mesmo ano, como ficou em segundo lugar. E só perdeu o título no último GP, no Japão.
Vitória dramática em 1984
— Eu tive muitas queimaduras, mas me recuperei rápido. Aquilo demorou a passar, mas eu ainda estou aqui. E tenho que dizer: não, nunca tive medo. Eu estava nas mãos de ótimos especialistas e coloquei minha confiança neles. Sabia que aquele tempo demoraria, mas a única coisa que eu poderia fazer era lutar —declarou.
Por G1
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