terça-feira, abril 30, 2019

Contra o processo de privatização, trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima paralisam atividades nesta terça

Trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima realizam uma paralisação para discutir o processo de privatização do empreendimento  Foto: Divulgação/Sindpetro

Trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, se mobilizam nesta terça-feira (30) para discutir formas de articulação contra o processo de privatização da refinaria. A mobilização acontece no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, onde o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo em Pernambuco (Sindipetro/PE-PB) começou a concentração diante da refinaria, por volta das 7h, horário em que os ônibus que transportam os trabalhadores até a refinaria começam a chegar.

A mobilização é a primeira da categoria desde que o processo de venda da refinaria foi reaberto, após pelo Superior Tribunal Federal (STF). A expectativa do sindicato é de, inicialmente, conscientizar os trabalhadores sobre “os riscos que a privatização trará à sociedade”. De acordo com Sinésio Pontes, diretor de Comunicação do Sindipetro, essa é uma primeira parada para mobilizar os trabalhadores contra a privatização. A previsão é de que o ato dure, no máximo, duas horas.


“Nada impede que a gente venha a fazer mais atos; que a gente vá fazer campanhas de conscientização nas ruas para a sociedade ter ideia do nosso pleito porque o que está em jogo para nós não é apenas a questão dos nossos trabalhos, mas também a soberania, o preço do combustível. Essa privatização seria danosa tanto para Pernambuco, porque tiraria a Petrobras daqui, como também seria danosa dentro do cenário nacional”.

Ainda segundo Sinésio, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), junto com os sindicatos do Brasil, elaborará um calendário de lutas contra as privatizações. A previsão é de que os trabalhadores iniciem a jornada de trabalho depois da paralisação, que deve durar entre uma ou duas horas. “O processo de privatização causa demissões, que causa transferências, porque, se o trabalhador não for demitido, ele terá que trabalhar em outro lugar do Brasil. Então é um processo muito danoso, e que os trabalhadores sofrem. Por isso, a categoria está mobilizada”, enfatiza.

Na última sexta-feira (26), o conselho administrativo da Petrobras aprovou o novo plano de vendas de ativos, que inclui a oferta de oito das 13 refinarias da empresa. Se efetivado, o plano irá transferir 46% da capacidade nacional de refino. Dentro do pacote de privatizações, estão incluídas as refinarias Alberto Pasqualini (RS), Presidente Getúlio Vargas (PR), Gabriel Passos (MG), Landulpho Alves (BA), Isaac Sabá (AM), a Fábrica de lubrificantes e derivados Lubnor (CE) e a Unidade de Industrialização de Xisto (PR), além da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Por Folha de Pernambuco

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