Polícia Civil apreendeu dinheiro e itens de luxo em casa de ex-diretor de hospital — Foto: Edésio Lemos/Polícia Civil/Divulgação
A apreensão ocorreu na quinta (28), no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife, e foi divulgada nesta sexta-feira (1º). Além dos bens, foram apreendidos R$ 12 mil em dinheiro, uma bolsa avaliada em R$ 14 mil e um carro avaliado em mais de R$ 100 mil.
“São produtos de luxo, grande parte adquirido após os desvios de dinheiro do hospital. Isso configura, até o momento, lavagem de dinheiro”, diz o delegado Diego Pinheiro, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
Carro apreendido foi avaliado em R$ 100 mil — Foto: Edésio Lemos/Polícia Civil/Divulgação
Segundo o delegado, o ex-diretor do HMA falsificava recibos de prestadores de serviço e utilizava contas de pessoas de seu convívio para depositar o dinheiro e, em seguida, os valores voltavam para sua conta.
Ainda de acordo com a polícia, a esposa de Rodrigo, Viviane Baptista, também é investigada. “Todas as pessoas que tiveram suas contas utilizadas eram funcionárias dela, da residência do casal”, afirma.
O casal está respondendo em liberdade ao primeiro inquérito, em que foram indiciados pelo crime de peculato. “Vamos concluir as investigações desse novo caso, para saber se houve lavagem de dinheiro e se havia outras pessoas”, diz Pinheiro.
Procurada pelo G1, a defesa de Rodrigo Cabral e Viviane Geli afirmou ter recebido “com surpresa a adoção dessa medida de busca e apreensão” e que a medida cautelar “representa pura perseguição ao casal, que não cometeu crime e provará a inocência no curso da ação penal, sem sensacionalismo e parcialidade”.
Denúncia do MPPE
As condutas criminosas teriam ocorrido durante dois anos e sete meses, entre janeiro de 2016 e julho de 2018, segundo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). As investigações apontam que ele agia junto com a esposa, a gerente comercial Viviane Gelli Baptista, de 39 anos, que também está foragida. Os dois foram denunciados à Justiça por peculato.
O hospital é ligado à Fundação Professor Martiniano Fernandes (Imip Hospitalar), organização social de saúde que tem convênio com a Secretaria Estadual de Saúde. Os desvios foram descobertos após uma fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho no Hospital Miguel Arraes.
No mesmo período em que a ação fraudulenta era praticada, o relatório do Hospital Miguel Arraes apontava que a unidade de saúde funcionava com lotação superior à capacidade e ausência de uma política de reposição de bens, registrando perda de equipamentos e mobiliário em geral. O documento reforçava a necessidade da aquisição de equipamentos de suporte à vida e da ampliação de leitos.
Por G1 PE
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