O ministro Gilmar Mendes enviou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) um ofício pedindo para ele tomar “providências que entender cabíveis” contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O documento leva em conta “o teor das palavras declaradas pelo senador” em uma entrevista à Rádio Bandeirantes. Kajuru acusou Mendes de vender sentenças e anunciou que a CPI aberta no Senado para apurar tribunais superiores investigaria o ministro em primeiro lugar.
— Queremos saber como você tem 20 milhões de patrimônio. De onde tirou? De Mega Sena? Herança de quem? Foram das sentenças que você vendeu, seu canalha — questionou Kajuru na entrevista. — Ele viaja 12 vezes por mês a Portugal com o dinheiro de vocês. Tem vários imóveis lá — completou.
Sobre a libertação do ex-governador do Paraná Beto Richa, Kajuru respondeu:
— Beto Richa é sócio dele, Aécio Neves é sócio dele, o Marconi Perillo é sócio dele”, disse o senador.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), manifestou solidariedade a Kajuru, depois de divulgado o ofício de Mendes. Alcolumbre ressaltou que os senadores são invioláveis penalmente por suas opiniões.
— Conclamo o STF a respeitar os senadores — disse o presidente da Casa, em plenário.
Kajuru ironizou a reação do ministro e disse que, se receber o ofício, vai pendurá-lo na parede do gabinete como um “atestado de idoneidade”.
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