O chefe da Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro, Giniton Lages, negou, nesta terça-feira (12/3), em entrevista coletiva, que as investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e o motorista Anderson Gomes tenham identificado qualquer relação entre os suspeitos de executar o crime, presos de madrugada, e o presidente Jair Bolsonaro e seus familiares.
Um dos presos, o policial militar reformado Ronie Lessa, mora no mesmo condomínio da capital fluminense em que Jair Bolsonaro residia até tomar posse. Além desse fato, uma foto de Bolsonaro ao lado do outro detido, o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, expulso da corporação, circula nas redes sociais desde a divulgação das prisões.
Tais fatos, no entanto, não são relevantes para o caso, segundo a Poícia Civil. "O fato de ele morar no condomínio de Bolsonaro não tem relação direta. Ele não tem relação com a família de Bolsonaro. Não detectamos isso. Isso, para nós, não está na motivação. Não é importante para este momento", afirmou Lages.
O Ministério Público do Rio também disse tratar o endereço de um dos suspeitos como mera coincidência. "Absolutamente, não há nenhum fato que diga que tem alguma vinculação. Muito pelo contrário, não temos controle dos nossos vizinhos. Até esse momento, o fato foi coincidência", disse a coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-RJ, Simone Sibílio, durante coletiva de imprensa realizada após à condecida pelo delegado.
Pressão para que se encontrem os mandantes
Mesmo a oposição evita em fazer qualquer relação entre os presos e a família Bolsonaro. Questionado sobre o mesmo assunto, o deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ), que defendeu a abertura de uma CPI das Milícias na Câmara, disse que "não seria responsável, neste momento, fazer qualquer relação".
Freixo foi um dos que cobrou que as investigações continuem para que se chegue aos mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. A mesma cobrança foi feita pela viúva da vereadora, Mônica Benício.
O delegado Lages afirmou que as prisões dos suspeitos de participar do crime — segundo ele, Lessa teria feito os disparos e Queiroz teria sido o motorista do carro usado no crime — prosseguirão na tentativa de descobrir a mando de quem as mortes ocorreram e admitiu que a Polícia Civil do Rio ainda não tem todas as respostas.
Por Correio Braziliense
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