segunda-feira, fevereiro 18, 2019

Polícia Civil de Pernambuco gasta R$ 5 milhões por ano com aluguel de delegacias

A Delegacia de Polícia de Petrolândia - no centro da cidade - foi fechada em 2015 para reformas, mas se encontra em completo abandono (Foto: Assis Ramalho/BlogAR)

Apesar da antiga promessa de diminuir as despesas com aluguéis de delegacias, a Polícia Civil de Pernambuco continua gastando cifras milionárias anualmente. No total, 111 imóveis estão alugados no Estado. Somados, custam R$ 411.339,15 aos cofres públicos todos os meses. Isso significa que quase R$ 5 milhões são gastos por ano.

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Os dados foram obtidos pelo Ronda JC por meio da Lei de Acesso à Informação.

No bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, fica o imóvel mais caro pago pela Polícia Civil. O Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) – que abriga as delegacias de Roubo e Furtos, Roubo e Furto de Veículos, Roubo de Cargas e a de Repressão ao Estelionato – custa mensalmente R$ 114.856. Ou seja, quase R$ 1,4 milhão por ano. O valor do aluguel do Depatri aumentou quase R$ 300 mil anuais na gestão do delegado Joselito Kehrle. Até 2017, o pagamento mensal custava R$ 96,8 mil.

O Complexo Policial do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, também apresenta um alto valor no aluguel. Por mês, são gastos R$ 39,6 mil. No terreno funcionam a delegacia seccional e duas especializadas: a DP da Mulher e uma unidade do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Ambas, no entanto, são alvos de críticas da população, já que só funcionam de segunda à sexta, das 8h às 18h. À noite e nos fins de semana, moradores do município precisam se deslocar ao Recife para conseguir atendimento.

O depósito de bens apreendidos pela Polícia Civil também custa caro ao Estado: R$ 21 mil por mês (R$ 252 mil por ano).

Em dezembro do ano passado, reportagem do Ronda JC mostrou que a Polícia Civil firmou contrato, com dispensa de licitação, no valor de R$ 516 mil pelo aluguel de um imóvel no bairro do Torreão, no Recife. O terreno, que pertence a um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), vai abrigar as delegacias seccional e de circunscrição do Espinheiro. O contrato foi assinado pelo subchefe da Polícia Civil, Nehemias Falcão.

No mesmo mês, um levantamento do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) denunciou que pelo menos 14 imóveis alugados estavam com os pagamentos atrasados. Em São José do Egito, no Sertão, por exemplo, a Justiça determinou que o imóvel fosse desocupado já que houve descumprimento do contrato.

SEM RESPOSTA

Ainda no mês de dezembro, a Polícia Civil alegou que vinha diminuindo os gastos com aluguéis, devolvendo imóveis e adquirindo outros por meio de parcerias com o Poder Judiciário e com as prefeituras. Dezessete imóveis teriam sido devolvidos em 2018, segundo a assessoria. Durante dois meses, o Ronda JC enviou inúmeros e-mails solicitando a lista dessas delegacias que teriam mudado de endereço, mas até a manhã desta segunda-feira (18) nenhuma resposta foi dada.

Por: Ronda JC

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