Chocada com a morte de Ricardo Boechat! Não tinha sentido isso desde a morte de Eduardo Campos, pra não falar das duas tragédias ocorridas agora no início deste 2019: Brumadinho e Ninho do Urubu.
Coincidentemente, ambos foram vitimados por acidentes aéreos. Foram igualmente tragédias que se abateram sobre duas pessoas públicas, que me fizeram sofrer e sentir como se parentes meus o fossem!
Mas hoje, eu desejo falar sobre o que está me fazendo falta neste momento, quando me lembro que dantes eu podia me atualizar ouvindo as notícias do Café com Jornal e hoje não posso mais... Não com ele.
Quando eu me deliciava assistindo os comentários eloquentes de Ricardo Boechat e que hoje não é mais possível...
Aparecerá alguém que o substitua à altura? Muito difícil, apesar de sempre ter acreditado que não há ninguém insubstituível.
O que sei sobre ele, afinal, além da sua sapiência e aptidão de falar de improviso sobre os mais variados temas, com precisão invejável?
Antes, eu também admirava o seu bom humor, as suas brincadeiras e suas piadas inteligentes, no início ou no final das suas falas...
Enquanto que hoje eu relembro o seu comportamento, que denotava o bom relacionamento que mantinha com os colegas de edição do Jornal; relembro que depreendia-se dos seus comentários toda a sorte de bons sentimentos, os quais devem ter norteado sua vida; defluía também do seu trabalho matutino que hoje está me fazendo falta, a sua generosidade e, ao mesmo tempo, a sua humildade em admitir e estimular a participação dos colegas em algo que dominava como ninguém, a arte de apresentar o bom jornalismo!
Com total isenção, imparcialidade e ética, bem como com toda avidez e precisão em anunciar a verdade dos fatos, ele não poupava nada nem ninguém que contrariasse as regras dos bons costumes, ninguém que se envolvesse em corrupção - por isso supervalorizava a Lava Jato -, percebendo-se claramente que estava do lado do bem, doesse a quem doesse!
Com toda coragem e indignação, ele criticava os desmazelos dos membros dos três poderes, em face da incoerência entre seus comportamentos reprováveis e a dignificante função que ocupavam! Isso, com a maior desenvoltura e conhecimento de causa, como se tivesse vivenciado todos os acontecimentos, como se árbitro de uma partida de futebol fosse, onde há a necessidade de não se deixar passar nenhuma falta, nenhum deslize, nenhuma injustiça!
Sério e honrado, ele bem poderia, ao meu ver, ter desempenhado o papel de salvador da Pátria, caso se arvorasse na disputa do maior cargo político, pois certamente moralizaria e honraria todas as instituições com o seu exemplo, já que tinha o dom de contagiar as pessoas com sua decência, com o seu caráter, com sua elegância. Quem não teria votado em Ricardo Boechat para Presidente? Pena que era argentino, do contrário não se teria apresentado nome melhor!
Ele conseguia, enfim, fomentar a esperança nos telespectadores: ao ouvi-lo, os corações alegravam-se na certeza de que ainda existem pessoas boas, gente que se preocupa com um Brasil melhor e mais justo! Isso mesmo! Ele se condoía com a dor do povo e não se conformava com os comportamentos deploráveis de certos políticos que ousam ludibriar a grande massa de brasileiros.
Ouvindo-o, eu acreditava que o Brasil podia ter jeito, que as pessoas podem e devem tentar mudar o mundo para melhor...
Que surjam outros assim! É disto que o Brasil precisa: Moralidade e Respeito!
E que Deus abençoe o nosso País e o nosso povo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.