segunda-feira, fevereiro 25, 2019

Lama de Brumadinho já percorreu 250 quilômetros no Rio Paraopeba


Os rejeitos provenientes da Barragem B1 da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu há aproximadamente um mês, já percorreram cerca de 250 quilômetros desde a tragédia de Brumadinho. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a pluma já alcançou a cidade de Papagaios, na Região Central do estado.

Por medida de segurança, o governo de Minas restringiu o uso da água do rio até a cidade de Pompeu, na mesma região, situada a 300 quilômetros do rompimento. No total, 16 municípios foram prejudicados: Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé, Juatuba, Esmeraldas, Florestal, Pará de Minas, São José da Varginha, Fortuna de Minas, Pequi, Maravilhas, Paraopeba, Papagaios e Pompéu, além de Brumadinho.

De acordo com a Semad, a restrição é para uso da água bruta. Isso não significa que os 16 municípios tiveram captação de água para abastecimento público suspensa, porque muitos não captam água do Paraopeba para esta finalidade.

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A medida foi adotada após a detecção de metais em níveis acima do permitido pela legislação ambiental e de avaliação da Secretaria de Saúde de Minas Gerais com base em requisitos de vigilância sanitária.

Segundo o informativo publicado na última sexta-feira (22), concluiu-se que "a elevação dos valores de turbidez, assim como de alguns metais como ferro, chumbo e mercúrio totais, num trecho de aproximadamente 250 km a jusante do rompimento, é consequência do carreamento de rejeitos provenientes da Barragem B1 devido a ocorrência de intensas chuvas dos últimos dias na região".

Os demais parâmetros (cádmio total, cobre dissolvido, zinco total, níquel total, oxigênio dissolvido e pH in loco), conforme o documento, não apresentaram qualquer violação do padrão estabelecido pela legislação.

Em seu site, a mineradora Vale informa que há 48 pontos de coletas diárias de água e sedimento ao longo Rio Paraopeba, do reservatório Três Marias e do Rio São Francisco. Ainda segundo a empresa, obras de retenção de rejeitos foram iniciadas. O trabalho será feito em três trechos: o primeiro até 10 quilômetros do local do rompimento da barragem; o segundo na faixa entre 10 e 30 quilômetros, até o município de Juatuba; e o terceiro na faixa de 170 quilômetros do rio Paraopeba, entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo.

Monitoramento

O monitoramento de qualidade da água é feito diariamente desde 26 de janeiro, um dia após o rompimento da Barragem B1. O trabalho é desenvolvido pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Agência Nacional de Água (ANA) e Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Pelo último levantamento, divulgado há dois dias, 176 pessoas morreram na tragédia e há 134 desaparecidas.

Por Estado de Minas

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