quinta-feira, fevereiro 07, 2019

Chuva em Pernambuco persiste nas próximas semanas, diz Apac

Foto Assis Ramalho/BlogAR

A chuva para todo Estado de Pernambuco deve permanecer pelas próximas semanas. Esta é a previsão da Agência Pernambucana de Águas de Clima (Apac). Segundo o chefe de meteorologia da instituição, Patrice Oliveira, as fortes precipitações que vêm acontecendo no fim das noites e início das manhãs é resultado de um aquecimento do oceano Atlântico Sul, que está longe de se dissipar.

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O sistema tem influência sobre a Região Metropolitana do Recife neste período de pré-estação chuvosa, mas também incrementa o “inverno” do semiárido, que acontece de fevereiro até maio. A dica é sair protegido de casa nos próximos dias, principalmente evitando águas de alagadosonde o risco de leptospirose (doença transmitida pela urina de ratos) é aumentado.

“As águas do Oceano Atlântico Sul estão com aquecimento acima de sua média. Com isso há maior evaporação, formam-se mais nuvens e os ventos transportam essa nebulosidade do oceano para o continente. É normal continuar essa chuva”, disse Oliveira. Ele explicou que as condições atuais do clima não interferem nas possibilidades de um inverno menos ou mais intenso neste ano.

Espalhadas por todo Estado, as maiores precipitações até a tarde desta quarta-feira (6) foram Orocó, no Sertão, onde choveu 91,30mm; em Floresta, no Sertão, onde caiu 83,21mm; Olinda, na RMR, com 81,83mm; e Camaragibe, também no Grande Recife, com 78,37mm. No Recife, entre as 21h de terça (5) e às 9h de quarta, choveu 74,4 mm, volume corresponde ao que era previsto para chover em 15 dias. Foram emitidos avisos para 31 mil moradores de áreas de risco cadastradas. Até o fim da manhã dessa quarta, 77 chamados para vistorias e pedidos de colocação de lonas plásticas foram feitos.

Ocorrências de queda de árvores aconteceram nos bairros dos Aflitos, Campo Grande, Derby, Cohab, Dois Unidos, Ibura, Tamarineira, Torre, Cais José Estelita, Graças e Lagoa Encantada. Parte do teto de uma enfermaria do Hospital da Restauração (HR) cedeu, mas os pacientes não se feriram. Em Olinda, a Defesa Civil municipal registrou um deslizamento considerado de pequeno porte no Alto Santa Tereza, em Passarinho, ninguém se feriu.

Amaraji
Na Mata Sul, a cidade de Amaraji, que foi fortemente atingida por precipitações no fim de semana e teve vários pontos de inundação, atualizou o quantitativo de pessoas prejudicadas. O número inicial de 100 passou para 165, segundo o coordenador da Defesa Civil local, Wellington César.

Uma campanha de donativos foi lançada para arrecadação de alimentos, colchões e material de higiene que pode ser entregue na sede da Secretaria de Assistência Social. Em relação ao abastecimento de água, que estava prejudicado depois do rompimento de tubulações na enxurrada, 50% das casas da cidade começaram a ter a normalização no fornecimento esta quarta-feira.

Cuidados
As populações atingidas por enchentes devem ficar em alerta para a proteção contra a leptospirose. A doença é grave e pode levar a morte. A prevenção se dá por evitar o contato com a água das chuvas. Se ele for inevitável o ideal é lavar-se com a água e sabão o quanto antes. No caso de alimentos em contato com a enxurrada é melhor serem descartados.

Ao sinal de febre, calafrios e dores musculares, principalmente, na panturrilha, após exposição à água de enchentes é indicado buscar um médico. De janeiro até o último dia 2, foram notificados 12 casos de leptospirose no Estado, sendo dois descartados e dez permanecem em investigação. Em todo ano de 2018 foram notificados 820 casos, sendo 196 casos confirmados. Foram 21 óbitos suspeitos, sendo 11 confirmados.

Por: Renata Coutinho
Folha de PE

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