O rompimento da barragem da mineradora Vale no dia 25 janeiro, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), deixou 171 pessoas mortas e outras 139 desaparecidas. Cerca de um mês depois da tragédia, a preocupação fica por conta da possível chegada da pluma dos rejeitos ao Rio São Francisco.
Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a pluma de rejeitos (mistura de rejeitos e água) de Brumadinho já chegou ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, em Pompéu (MG). A preocupação agora é que essa pluma chegue até o Rio São Francisco.
Para o diretor de projetos da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) de Petrolina, Victor Flores, a situação requer grande atenção das instituições fiscalizadoras. “Segundo os geólogos, a pluma ficaria retida lá [na Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo], porém com as chuvas essa barragem teria que sangrar desta barragem e posteriormente seguir o fluxo dentro do complexo de Três Marias, que segue para o São Francisco”, explicou.
Com a chegada da pluma a qualidade da água ficaria comprometida e inadequada para o consumo. Diante das especulações e medidas que foram tomadas, uma discussão foi iniciada em busca de alternativas para amenizar o impacto.
“Já começamos uma discussão com pesquisadores convidados pela Uneb e representantes de entidades e ONGs, além da comunidade civil para discutir ações paliativas e para manter o monitoramento na água e avaliar se existe alguma necessidade para uma ação maior de intervenção, para que a gente possa ter segurança e a saúde que o Rio São Francisco precisa”, completa Flores.
Compesa
Sobre a qualidade da água, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) também está atenta e monitorando o percurso da pluma. “Nós estamos atentos para ver o que está acontecendo e até onde a lama vai chegar. A expectativa é que não chegue ao Rio São Francisco e que fique retida na Barragem de Retiro Baixo. Chegando e passando para o Rio São Francisco ainda temos outra barragem no início do rio, que é a de Três Marias“, pontua o gerente regional da Compesa, João Raphael Queiroz.
Segundo o gerente regional, caso a lama chegue à segunda barragem, a Compesa ainda terá um certo período para verificar que tipo de resíduo passou. “Nossa expectativa é que ela [a lama] fique na segunda barragem, onde temos cerca de 20 dias até essa lama chegar aqui, que é quando nós vamos nos preocupar e verificar que tipo de resíduo passou, para podermos adequar o nosso tratamento e aí, sim, continuar distribuindo a população uma água potável”, afirma João Raphael.
Por Blog do Carlos Brito
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