No 12º dia da onda de violência, bandidos detonaram explosivos em uma ponte da BR-116 na Grande Fortaleza e incendiaram veículos em duas cidades.
A ponte sobre o Rio Choró, na cidade de Chorozinho, foi interditada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta madrugada, após a detonação de explosivos na parte inferior da estrutura. Ainda não há informação sobre a dimensão do dano causado à ponte, conforme a PRF.
Motoristas que trafegam entre as cidades de Fortaleza e Chorozinho devem fazer a rota pela cidade de Horizonte.
Pessoas que moram próximo ao local, na entrada da cidade, relataram um “tremor” com o impacto da detonação. “Estremeceu até a janela daqui de casa, parecia um tremor de terra. Foi um estrondo muito grande”, afirmou um morador da região, que não quer se identificar. A casa dele ficou com ranhuras nas paredes após a explosão.
Os crimes ocorreram após a apreensão de cerca de cinco toneladas de explosivos no Bairro Jangurussu, na periferia de Fortaleza, na tarde de sábado (12).
Segundo a Polícia Civil, membros de uma facção criminosa presa no depósito forneciam o material explosivo utilizado nos crimes.
Entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo também foram incendiados carros particulares em Umirim, no interior do estado, e em Fortaleza, no Bairro Siqueira.
A onda de violência começou em 2 de janeiro, um dia após Mauro Albuquerque tomar posse do cargo de secretário da Administração Penitenciária, pasta criada no segundo mandato de Camilo Santana.
Mauro Albuquerque fez operações para apreender celulares nos presídios e prometeu acabar com a divisão de presos conforme a facção criminosa a que pertencem. Os ataques são uma tentativa de fazer com que o governo desista das ações. O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que “não há recuo”.
Nos 12 dias de crimes, foram 198 ações violentas em 43 municípios; 330 suspeitos foram presos, conforme a Secretaria da Segurança do Ceará.
O Ministério da Justiça confirmou também a transferência, para presídios federais, de 35 chefes de facção que ordenavam os ataques.
Estiveram presentes 36 dos 46 deputados estaduais do Ceará. O governador Camilo Santana prometeu assinar o pacote neste domingo e publicar em edição extra do Diário Oficial do Estado.
As medidas aprovadas por aclamação na Assembleia são:
Lei da Recompensa, que paga em dinheiro quem denunciar autores de ataques ou fornecer informações que possam prevenir crimes;
Retirada das tomadas em celas de presídios, para evitar que criminosos possam usar carregadores de celular;
Aumento de 48 para 84 o máximo de horas extras que policiais civis, militares e bombeiros podem fazer por mês;
Convocação de policiais da reserva para aumentar o efetivo nas ruas;
Criação de um banco de informações sobre veículos destruídos na onda de ataques;
Restrição da presença de pessoas no entorno dos presídios, com objetivo de evitar fugas;
Criação do Fundo de Segurança Pública, que terá reserva para investir na prevenção de crimes e pagar beneficiados da Lei da Recompensa;
Regularização do comando de tropas de policiais militares cedidas por outros estados (o que na prática já está acontecendo com agentes cedidos pelos governos de Bahia, Piauí, Santa Catarina e Pernambuco).
Por: G1 CE
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