Pelo terceiro dia consecutivo, o Ceará sofre uma onda de ataques criminosos coordenados por membros de facções criminosas em vários pontos da cidade de Fortaleza e no interior do Estado, na noite desta sexta-feira (4) e madrugada de sábado (5).
Os ataques ocorreram após a chegada de agentes da Força Nacional, enviadas ao Ceará por autorização do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Um shopping localizado na Avenida Bezerra de Menezes, em Fortaleza, foi atacado e pelo menos um carro que estava no estacionamento do local foi incendiado, na noite desta sexta-feira (4). O fogo foi controlado pelos funcionários do shopping. As informações foram confirmadas pela assessoria do shopping.
No Bairro Mucuripe, também na capital, dois veículos que estavam no pátio de uma concessionária foram incendiados. Segundo a polícia, os suspeitos chegaram em um carro por uma rua lateral que dá acesso ao estabelecimento e tentaram incendiar os veículos. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada e conseguiu apagar as chamas. Nenhum suspeito foi preso até o momento. A polícia faz buscas para tentar identificar e capturar os responsáveis pelo ataque.
Ainda durante a noite de sexta, um prédio localizado na Avenida Francisco Sá, na Barra do Ceará, foi incendiado. No local funcionava a antiga sede do Sine. O fogo chegou a atingir a parede das casas de uma vila que fica atrás do prédio. O Corpo de Bombeiros controlou as chamas e o fogo foi apagado. O local foi isolado.
Os moradores das casas no entorno do local chegaram a tirar os móveis das residências, por medo de um novo incêndio.
Desde a noite de quarta-feira (2), uma sequência de ataques incendiários destruiu agências bancárias, veículos de órgãos públicos, postes com radar semafóricos e delegacias.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, autorizou na sexta-feira (4) o envio de agentes da Força Nacional para reforçar a segurança no Ceará. Conforme o Ministério da Justiça, 100 agentes chegam ao Ceará na madrugada de sábado e outros 200 ao longo do dia
A Secretaria de Segurança do Ceará não informou a motivação dos crimes. O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, acredita que os atentados são represália à fala do novo secretário de Administração Penitenciária (SAP), Luís Mauro Albuquerque, que foi nomeado para o cargo neste ano.
O novo secretário afirmou que "o Estado não deve reconhecer facção" em presídio e fará fiscalização rigorosa para evitar a entrada de celular nas unidades prisionais. Luís Mauro Albuquerque ainda se posicionou contra a separação de detentos por facção criminosa nas unidades prisionais do Estado.
No ataque ao prédio da Caixa da Bairro Pajuçara, em Maracanaú, na madrugada desta sexta, um grupo invadiu a agência com um carro, quebrou as vidraças e em seguida incendiou o local. Os suspeitos estavam acompanhados de um grupo que deu apoio à fuga, de acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
Atualmente, os membros de facção presos no Ceará são organizados nas unidades prisionais conforme o grupo criminoso a que pertencem. O secretário afirmou que pretende acabar com essa divisão.
Facções 'unidas'
De acordo com uma fonte do Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança ouvida pelo G1, membros de duas facções rivais fizeram um "pacto de união", com o objetivo de "concentrar as forças contra o Estado".
A ordem dos ataques partiu de um detento da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (antiga CPPL I), na tarde de quarta-feira, ainda segundo a fonte do Serviço de Inteligência. No dia seguinte, agentes penitenciários fizeram uma vistoria "surpresa" na unidade, o que resultou em um motim dos presidiários. A revolta foi controlada no mesmo dia e nenhum detento fugiu.
G1 CE
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