São 292 desaparecidos, segundo as fontes oficiais. As chances de encontrar pessoas vivas é pequena, admitem integrantes das forças que ajudam no socorro. Animação (acima) mostra parte da área atingida.
Chega a 60 o número de mortos no rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, são 292 desaparecidos, 192 resgatados e 19 corpos identificados.
Os números foram divulgados nesta segunda-feira (28/1), pelo coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais, Flávio Godinho, em entrevista coletiva.
De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, o trabalho de localização e identificação das vítimas pode levar semanas devido à complexidade. Nesta segunda, militares enviados de Israel se juntam à equipe brasileira na busca das vítimas.
Saques
Durante a coletiva, o major Santiago da Polícia Militar de Minas Gerais afirmou que eles reforçaram o monitoramento na cidade para evitar saques nas casas. “Temos edificações que precisam ser resguardadas, estamos aqui para proteger o patrimônio das famílias de Brumadinho”, afirmou.
Sobre os pedidos de doações, o major Santiago fez um alerta a quem quer ajudar as vítimas sobre possíveis golpes. De acordo com ele, os pedidos de doações estão concentrados com a Defesa Civil, e qualquer campanha suspeita deve ser denunciada.
Vítimas
No final da tarde desse domingo (27/1), pelo menos 98 sepulturas já haviam sido abertas e preparadas para os enterros no cemitério Parque das Rosas, no bairro Salgado Filho, a cerca de cinco minutos de carro do centro de Brumadinho. Entre os mortos, 19 corpos foram identificados.
Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas Gerais, um ônibus foi encontrado na noite deste domingo próximo à administração da barragem, com corpos, e o resgate foi estendido. Ainda não se sabe o número de mortos dentro do coletivo.
As buscas foram retomadas no início da tarde. A atividade havia sido suspensa durante a evacuação da cidade, após risco de rompimento da Barragem VI. Depois que a entrada do centro da cidade foi liberada, os moradores receberam autorização para voltarem às suas casas.
O Corpo de Bombeiros estava monitorando o volume de água no complexo. As autoridades baixaram o risco de quebra do concreto para o nível um – antes estava avaliado em dois, numa escala de três pontos. Equipes ainda bombeiam o líquido para diminuir o volume da Barragem VI. Até as 14h, o complexo abrigava 840 mil m³ de água – a capacidade máxima é de 3 a 4 milhões de metros cúbicos.
Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, apesar de remota, ainda existe a possibilidade de a corporação encontrar pessoas com vida. Mas foi preciso suspender o trabalho durante toda a manhã para não colocar em perigo as equipes de resgate. O caminho percorrido pela lama estava dentro da área de risco do novo rompimento.
Comunidades inteiras foram evacuadas. Todas as famílias de Pires e Parque da Cachoeira tiveram de sair de suas casas. Os militares ainda trabalhavam em outras zonas de risco: Novo Progresso, Ipiringa, Centro, São Conrado, Santo Antônio e Cohab. Além de deixar 3 mil desabrigados, a quebra da nova barragem poderia resultar em 24 mil pessoas sem energia e água.
A Defesa Civil está trabalhando com a Vale para ajustar a lista de desaparecidos. Moradores estavam reclamando do fato de que os nomes divulgados pela mineradora só contemplavam funcionários da empresa. Terceirizados e habitantes de Brumadinho teriam ficado de fora.
Desastre
A barragem Mina Feijão, em Brumadinho (MG), rompeu-se por volta das 13h de sexta-feira (25). O vazamento de lama fez com que uma outra barragem da Vale transbordasse. O restaurante da companhia foi soterrado. O prédio administrativo também foi atingido.
A lama se espalhou pela cidade e moradores precisaram deixar suas casas. Equipes de bombeiros e da Defesa Civil foram mobilizadas para a área e estão em busca de vítimas. Tanto o governo federal quanto o local montaram gabinetes de crise e deslocaram autoridades para a região.
Metropóles
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