A partir de amanhã, Jair Bolsonaro vai exercer a Presidência da República em São Paulo, no Hospital Albert Einstein, onde se submeterá a uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia. O procedimento está marcado para segunda-feira. Ele carrega a bolsa desde que levou uma facada, em setembro do ano passado, na cidade mineira de Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral. Apesar do Planalto já ter preparado a estrutura de um gabinete presidencial alternativo na unidade de saúde, onde o chefe do Executivo despachará e fará reuniões, o vice-presidente Hamilton Mourão assumirá o cargo por dois dias na próxima semana.
Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, Mourão fica como presidente em exercício assim que a cirurgia começar, às 6h de segunda-feira, até 48 horas depois do término. Isso porque a equipe médica recomendou repouso absoluto durante este tempo, antes de Bolsonaro voltar ao trabalho. O procedimento, de acordo com um dos profissionais que o atendem, o cirurgião Antonio Luiz Macedo, deve durar entre três e quatro horas. A previsão inicial do Planalto era de que Mourão assumisse a gestão apenas durante o procedimento.
“Nesse interregno — cirurgia e recuperação — para o qual os médicos indicam a necessidade de restrito descanso de 48 horas, o excelentíssimo senhor vice-presidente estará como presidente da nossa República. Não é apenas no período da cirurgia, mas, sim, se alongando por mais 48 horas”, afirmou o porta-voz. A previsão de retorno de Bolsonaro à capital federal é de 10 dias após o procedimento.
Essa será a segunda vez em que Mourão estará à frente do Executivo. Ele assumiu a Presidência interinamente pela primeira vez na semana passada, entre a noite de domingo e a manhã de sexta-feira, enquanto Bolsonaro participava do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Bolsonaro será obrigado a ficar fora do comando do Planalto num momento delicado, marcado por fatos como o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG); as denúncias em torno do filho, Flávio Bolsonaro; a expectativa pelo projeto da reforma da Previdência; a volta das atividades do Judiciário; e as eleições para o comando das duas casas do Congresso Nacional.
O presidente saiu de Brasília na manhã de domingo, por volta das 8h, e tem chegada prevista a São Paulo para as 9h10. Assim que o avião presidencial aterrissar, Bolsonaro irá direto para o hospital, a fim de se preparar para a cirurgia, no dia seguinte. Após o procedimento médico, ele deverá ficar em recuperação por algum tempo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, assim que for liberado, seguirá para o quarto e voltará a estabelecer contato com os integrantes mais próximos da equipe de governo, que o acompanharão na viagem. “Toda a estrutura necessária foi levada para São Paulo para prover a capacidade de estabelecer um governo efetivo e eficaz”, afirmou Rêgo Barros.
Além do porta-voz da Presidência, acompanharão o presidente a primeira-dama, Michelle Bolsonaro; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno; um grupo restrito de assessores de imprensa; e parte da equipe de seguranças. No hospital, Bolsonaro terá uma área ampla reservada para ele, onde receberá ministros, cumprirá agenda e fará os despachos necessários. Um ajudante de ordens, escolhido por ele, dará apoio na coordenação dos encontros.
Boletins - Enquanto Bolsonaro estiver internado, informou o porta-voz, há previsão de briefings diários na própria unidade hospitalar para informar o público sobre o estado de saúde do presidente e as atividades previstas. Os boletins médicos, por sua vez, serão emitidos pelo Hospital Albert Einstein, mas a divulgação deles deverá ter o “aval” de Rêgo Barros.
A viagem para São Paulo ocorrerá após a ida do presidente a Minas Gerais, hoje, para acompanhar os desdobramentos do rompimento da barragem de Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. Esta será a terceira cirurgia a que Bolsonaro será submetido após o atentado. À época, ele ficou internado por 23 dias. O presidente passou por uma operação de emergência na Santa Casa de Juiz de Fora e, depois, foi transferido para o Hospital Albert Einstein, onde colocou a bolsa de colostomia.
"Toda a estrutura necessária foi levada para São Paulo para prover a capacidade de estabelecer um governo efetivo e eficaz”, explicou Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência.
Por: Correio Braziliense
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