Após atrasos no cronograma, estouros no orçamento e suspeitas de corrupção, o investimento bilionário e controverso na transposição do rio São Francisco enfim começa a dar os primeiros retornos.
Suas peripécias retratam mazelas que assolam os grandes projetos públicos. O custo hoje estimado, de R$ 9,6 bilhões, é cerca de duas vezes o previsto de início. As obras, que se arrastam desde 2007, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), só acabarão no segundo semestre deste 2018 —seis anos depois do prazo fixado.
No sábado (10), o eixo leste do empreendimento completou um ano em operação, que beneficia principalmente a populosa região de Campina Grande (PB), além de uma pequena parte do território de Pernambuco. Mais extenso, o eixo norte atenderá também ao Ceará e ao Rio Grande do Norte.
Ainda em fase de testes, o ramal leste teve como grande mérito proporcionar segurança hídrica a cerca de 1 milhão de pessoas para as quais o abastecimento de água estava à beira do colapso.
Os efeitos na agricultura, ainda que positivos, por enquanto se limitam a cerca de 340 hectares e algumas centenas de produtores.