O título, de logo, sugere que tudo o que for escrito agora será o minimamente palpável ante a complexidade e as subjetividades que dele parte. Fruto de histórias de vida e de mundo, de terras que só podemos caminhar com a permissão de quem as guarda. São hectares vastos e de sulcos profundos. Corações colonizados que sofreram o mesmo que sofreu a nossa pátria. Há amor que também coloniza. Arranca o ouro, devasta reservas e outorga misérias que frutificarão no futuro.
Quando amar é perder a pertença, quando é ser invadida por outro, quando é perder a decisão de cruzar a esquina, de realizar o simples da vida... É desastroso amar assim. Quantas vezes quis gritar independência, correr para ser alforriada e não pôde. Os braços dele não permitiam esse movimento. É metáfora. Ele nunca precisou colocar trancas nas portas. Acorrentou-a de outro modo. Os grilhões foram colocados na morada ontológica.