O ex-prefeito de Inajá, Leonardo Martins (PSDB), foi entrevistado ao vivo pelo radialista e blogueiro Assis Ramalho, no 'Acordando com as Notícias', programa transmitido pela Web Rádio Petrolândia.
No bate-papo com a participação de ouvintes, através de mensagens de whatsapp, Leonardo falou de seus passos na política e fez um balanço do seu mandato. O ex-prefeito afirmou que Inajá avançou no seu governo, mas também admitiu que houve falhas.
De família tradicionalmente envolvida na política, Leonardo confirmou sua pré-candidatura a deputado estadual, falou dos projetos e articulações políticas para conseguir uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), respondeu perguntas sobre o polêmico concurso público e ainda admitiu que pretende, no futuro, voltar a ser candidato a prefeito de Inajá, onde diz desejar dar sequência às boas ações que fez no seu governo.
A entrevista está disponibilizada na íntegra em áudio (link no final desta matéria)
A entrevista foi iniciada com um retrospecto do ingresso de Leonardo na política, que explicou sua inclinação para a vida público, afirmando que "a política está no sangue" da família.
Leonardo Martins: A política, ela é contagiante. A política está no sangue da gente. Eu nasci dentro da política, através do meu tio, de meu pai, e toda a minha família. E, ao longo desse tempo, a gente vem administrando alguns municípios. Meu tio Claudiano Martins foi quem começou sua carreira política, lá em Itaíba, ainda como vereador. Depois, foi prefeito e foi deputado estadual por dois mandatos. Claudiano Filho foi duas vezes deputado estadual. Meu tio, Numeriano [Martins], foi prefeito de Águas Belas. Meu pai, Otaviano [Martins], foi prefeito de Manari e eu me tornei prefeito de Inajá. Meu primo, Cristiano [Martins], filho do ex-prefeito de águas Belas, é o atual prefeito de Quipapá. Meu irmão [Van de Otaviano], hoje é prefeito de Manari, onde fui tesoureiro e secretário de eventos.
Perguntamos como nasceu a candidatura à prefeitura de Inajá.
Leonardo Martins: Pelo motivo de Manari não ter agência do Banco do Brasil, todos os dias eu tinha que me deslocar para a cidade de Inajá para fazer a movimentação bancária da prefeitura. Na época, o meu pai era prefeito de Manari [eleito em 2004] e eu secretário de finanças. E aí a gente foi criando um vínculo, e foi quando a gente foi formando um grupo e conseguimos chegar à prefeitura de Inajá, para que a gente pudesse mostrar o nosso trabalho.
Perguntado se já sonhava em ser um dia prefeito de Inajá, Leonardo diz que primeiramente pensou em ser um vereador em sua cidade natal, Itaíba.
Leonardo Martins: Como eu vivia no meio da política, dentro da minha família, e gosto da política, eu sonhava um dia ser um vereador - ou alguma coisa desse tipo -, mas, lá na minha cidade natal, que é Itaíba. Mas, a gente não sabe o que é que vai acontecer na vida da gente e, graças a Deus, aconteceu que eu vim ser cidadão inajaense e me tornei prefeito daquele município, onde a gente fez várias alianças com a oposição da época e, graças a Deus, conseguimos chegar à prefeitura.
Pedimos que fizesse uma avaliação do seu governo e qual nota daria a ele.
Leonardo Martins: Você sabe que nem Jesus Cristo agradou todo mundo, e não seria eu, um pecador como qualquer outro, que iria agradar a todos. Mas, eu acho que o nosso governo, a gente teve uma avaliação entre uma nota 8, mais ou menos nesse percentual.
Perguntamos onde acha que acertou e onde acha que errou durante seu governo e, se fosse reeleito, onde teria feito correções do primeiro para o segundo governo
Perguntamos se o seu governo sofreu desgastes por motivos do polêmico concurso público.
Leonardo Martins: Veja, não deixa de ter havido um desgaste. Eu quero dizer a toda a população que está me ouvindo que a questão do concurso público de Inajá, não foi questão do atual prefeito da época, Leonardo Martins, mas sim, uma questão jurídica onde os órgãos competentes - Tribunal de Contas, Poder Judiciário local, Tribunal de Justiça - eram quem vinham investigando isso. Já havia uma ação civil pública movida pelo promotor de justiça, Dr. Adenilton [MPPE], na época, e esse concurso foi, na verdade, uma aberração. Lá, foi nomeado quem o prefeito da época quis. Tanto é que o Tribunal de Contas do Estado [TCE-PE] anulou o concurso. E agora, com a nova administração, o presidente do Tribunal deu uma liminar onde diz que está aguardando o Pleno do Tribunal de Justiça [TJPE] votar a questão do concurso público. Eu acho muito difícil essa questão, porque já perderam no Tribunal de Contas, que é o órgão competente para homologar ou anular concurso. Ele foi anulado pelo Tribunal de Contas. A ação civil pública foi pela anulação do concurso, então, eles estão com a liminar, mas vamos aguardar a decisão da justiça. O concurso público foi feito na gestão anterior ao meu governo, mas eu sempre procurei fazer justiça. Não foi questão de perseguir ninguém, foi uma questão de justiça, eu era apenas um agente público, naquela oportunidade estava exercendo o cargo de prefeito. Na hora em que o concurso voltava [por meio da justiça, a dar posse aos aprovados], o percentual da folha [de pagamento] praticamente passava do limite prudencial, que é de 54%. Isso daria um processo de improbidade e, consequentemente, a rejeição de contas do nosso exercício. Então, é uma questão de Justiça, até porque hoje eu sou ex-prefeito, vamos aguardar que a justiça e o atual prefeito resolvam essa questão.
Pedimos que o ex-prefeito fizesse um resumo dos trabalhos do seu governo na saúde e na educação, lembrando que essas duas pastas são sempre o "calo" de qualquer governo.
Leonardo Martins: Como você disse, o calcanhar de Aquiles de um governo é a saúde, a educação, e hoje tem uma questão que vem se agravando muito, que é a segurança pública. Por se tratar em educação, a gente recebeu o município na pior situação. As escolas eram vergonhosas e a gente teve o cuidado de nuclear as escolas. Fizemos um levantamento, fomos nucleando, fomos melhorando o ensino, melhoramos nossa nota no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), mas ainda não estava da forma desejada por nós. A gente tinha um projeto para agora, na reeleição. Deixei lá três escolas aprovadas, esperando só a liberação, mas foi quando não deu tempo para a gente fazer. Mas, nós demos um grande avanço na educação de Inajá, ainda estava a desejar, reconheço, mas fico feliz de ter avançado muito, como peguei e como entreguei. Quando eu assumi a prefeitura, todos os alunos da rede da zona rural eram transportados no pau-de-arara, mas, foi no meu governo que eu coloquei todos os alunos para serem transportados nos ônibus escolares. Melhoramos a merenda escolar, capacitamos melhor os professores, pagamos um salário digno. Reconheço que precisa melhorar muito mais, mas não depende só do prefeito. Tem que ser a união do prefeito, do Estado e da Federação, para que possa melhorar. Os professores devem receber muito melhor, porque a gente sabe que eles são os grandes responsáveis pela educação de nossos filhos e, consequentemente, de todos os brasileiros. Mas demos um grande avanço na educação de Inajá, na questão de fardamentos, enfim, melhoramos muito, principalmente, na questão do espaço físico, como encontramos e como deixamos.
Saúde
''Na questão da saúde, a gente investiu forte. Eu só queria voltar a ser prefeito novamente e entregar a Secretaria de Saúde. A gente tinha médicos todos os dias. Recebi a prefeitura, não tinha sequer uma ambulância e, com 778 dias que eu estava prefeito, entreguei duas ambulância zero km. Em cidades pequenas feito Inajá, poucas têm raio X e eu deixei raio X funcionando, exames sendo feitos dentro do município. Fizemos várias cirurgias de pequeno porte. Fizemos aqui [em Petrolândia] uma parceria com Dr. João [Lopes, do hospital Instituto Beneficente do Vales do São Francisco-Ibvasf], que teve uma grande colaboração comigo, enquanto fui prefeito. Enfim, você sabe que a gente nunca vai zerar os problemas, mas a gente avançou muito. Tanto é que hoje está um descaso a saúde do nosso município.
Dos governos de Inajá, acho que o meu foi o mais perseguido. Eu acho que quem tem que analisar o prefeito é o Tribunal de Contas [do Estado], é o TCU [Tribunal de Contas da União], os órgãos fiscalizadores. Agora, a gente como oposição, como cidadão, temos que falar e criticar na medida em que seja uma crítica construtiva, porque, muitas vezes, o gestor não está vendo aquela coisa errada, que é para se consertar. E eu sempre fiz e vou continuar fazendo a boa política, para que a gente, enquanto oposição, fiscal do povo, a gente tem que falar e a democracia é para isso.
A seguir, o ex-prefeito respondeu a várias perguntas enviadas por ouvintes por meio de Whatsapp (o áudio da íntegra da entrevista está disponível abaixo).
Na entrevista, Leonardo Martins também afirma que é pré-candidato a deputado estadual, fala das articulações políticas e de apoios de prefeituras em busca de uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE).
Ouça a íntegra do áudio da entrevista>Leonardo Martins no "Acordando com as Notícias"
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Geniclébio Barros