Para que mais água chegue a Xingó, o reservatório da hidrelétrica Luiz Gonzaga vai liberar seu ganho de água, desde que Itaparica mantenha um volume útil de pelo menos 30%. Na segunda-feira (17), o Lago de Itaparica estava com 34,63% de seu volume útil (Foto: Zig Koch/Banco de Imagens ANA)
Desde terça-feira, 18 de dezembro, o reservatório da hidrelétrica de Três Marias (MG) passou a liberar pelo menos 120 metros cúbicos por segundo, em vez do patamar mínimo de 100m³/s que vinha sendo praticado. A partir de 1º de janeiro, a vazão mínima defluente subirá para 150 m³/s, limite mínimo de operação para Três Marias na atual situação de armazenamento. A medida tem o objetivo de atender aos usos múltiplos da água no trecho entre os reservatórios de Três Marias e Sobradinho (BA).
Em 17 de dezembro, Três Marias tinha um volume útil de 49,56%, acima dos 16,17% acumulados na mesma data há um ano. No caso de Sobradinho, maior reservatório da bacia do São Francisco, a situação também melhorou consideravelmente no último ano, já que o volume útil em 17 de dezembro de 2017 era de 4,06%. Este ano, na mesma data, o volume útil estava em 30,1% no reservatório baiano.
Para o reservatório de Xingó (AL/SE), a vazão que passará por ele subirá de uma média mensal de 600 m³/s para 700 m³/s a partir desta terça, 18. Para que mais água chegue, o reservatório da hidrelétrica Luiz Gonzaga (Itaparica) contribuirá com Xingó utilizando seu ganho de armazenamento de água, desde que Itaparica mantenha um volume útil de pelo menos 30%. Em 17 de dezembro, o reservatório da hidrelétrica Luiz Gonzaga estava com 34,63% de seu volume útil. Um ano antes, o volume útil era de 9,81%.
Outra mudança decidida durante a última reunião da Sala de Crise da Bacia do Rio São Francisco, em 17 de dezembro, foi a operação com 700 m³/s em Xingó a partir de 1º de janeiro com contribuição simultânea das águas de Sobradinho e Itaparica – neste reservatório deverá ser mantido um volume mínimo de pelo menos 30%. Esta medida busca atender aos usos múltiplos principalmente do Baixo São Francisco, região que vem passando por escassez hídrica nos últimos anos.
Para o diretor da Área de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Ney Maranhão, há uma perspectiva de aumento da liberação de água pelos reservatórios do São Francisco, o que dependerá das chuvas dos próximos meses. Segundo o dirigente da ANA, a Sala de Crise da Bacia do Rio São Francisco é um exemplo de gestão descentralizada de recursos hídricos. “A Sala de Crise do São Francisco é uma evolução no processo de construção coletiva da gestão de recursos hídricos no Brasil. Hoje a bacia trabalha em conjunto, as reuniões são mais objetivas e a estratégia de condução da gestão de recursos hídricos do rio São Francisco dentro dessa crise se mostra hoje pacificada. Todos atuam convergentemente, contribuindo para a solução dos problemas”, destacou Maranhão.
ANA
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