Maria Duarte Bezerra estava alegre na noite de Natal. Mãe de cinco filhos, ela reuniu a família, jantou, brincou várias vezes com os amigos e parentes. No próximo dia 3 de janeiro, ela faria 50 anos e todos se encontrariam novamente para celebrar. Mas, em pleno dia de Natal, os planos de futuro da família foram interrompidos por um tiro de espingarda calibre 12, que atingiu a cabeça de Maria e a matou na frente de um dos filhos. O caso aconteceu na manhã desta terça-feira (25), no bairro de Rio Doce, em Olinda.
Ainda não se sabe a motivação do crime e várias são as versões para o fato. A Polícia Militar foi chamada para a ocorrência por volta das 7h, na Rua Sessenta e Nove, na quarta etapa de Rio Doce. As primeiras informações eram de que a mulher estava bebendo com parentes e amigos, quando um dos filhos dela, um rapaz de 18 anos, teria entrado em discussão com outro homem, que teria efetuado o disparo. Na tentativa de salvar o filho, Maria teria se jogado com cima do rapaz e, por isso, teria sido alvejada. Os estilhados da bala também atingiram as costas e o braço de um adolescente de 16 anos, amigo da família.
“Quando chegamos lá, a mulher já estava em óbito e havia um rapaz pedindo socorro, que havia sido alvejado com estilhaços da munição. Botamos ele na viatura para socorrer, mas chegando na Avenida Fagundes Varela encontramos uma viatura do Samu e o transferimos para ela”, afirmou o 2º sargento do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) Paulo Roberto. A vítima foi levada para o Hospital da Restauração (HR).
De acordo com o sargento, as informações iniciais eram de que três homens estariam envolvidos no crime. “Disseram que dois suspeitos fugiram em uma moto e um estaria no conjunto habitacional ‘Bole Bole’. Ao chegar lá, encontramos as mulheres de dois deles. Mas uma delas ficou dizendo que não morava lá, atrapalhando o trabalho da polícia, enquanto o marido fugia”, contou. As mulheres, identificadas como Fabíola Rebeka de Lima, 18 anos, e Rosângela Joaquim da Silva, 32, foram levadas para prestar esclarecimentos à polícia.
No Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acabaram detidas depois que um dos filhos de Maria Bezerra confirmou que elas estavam na cena do crime. Elas foram detidas em flagrante por obstrução ao trabalho da polícia, tentativa de homicídio e homicídio. “Ouvimos mais de sete pessoas e aqui surgiu uma nova informação de que uma das vítimas teria envolvimento com o tráfico de drogas. Uma testemunha também disse que elas estavam no local do crime”, afirmou o delegado de plantão no DHPP Alaumo Lima.
Segundo a filha mais velha de Maria, a auxiliar administrativa Marília Bezerra, 32, a mãe tinha saído de casa com o filho de 18 anos para beber na casa de um amigo. No caminho, eles teriam encontrado os três suspeitos brigando com outra pessoa. “Eles perguntaram o que ocorreu, mas seguiram. Foi quando meu irmão ouviu o disparo e já viu minha mãe caída. Aí ele correu. Não tem explicação, não sabemos o que pode ter motivado. Eram todos conhecidos”, contou.
De acordo com ela, a mãe era uma pessoa muito tranquila. “Ontem (noite de Natal), brincamos muito. Quando saí da casa dela, disse que se ela precisasse, era só ligar. Hoje, aconteceu isso. Estamos perdidos, sem chão. Nunca pensei em ver minha mãe no chão daquele jeito, como se fosse uma bandida, algo que ela nunca foi”, disse. O filho de 18 anos, cuja mulher está grávida de oito meses, viu todo o ocorrido. O primeiro a chegar na cena foi o caçula de Maria, de 14 anos, que brincava em um parque próximo e ouviu o disparo. Os três suspeitos permanecem foragidos. As investigações ficarão à cargo do DHPP.
Por: Diário de Pernambuco
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