sábado, dezembro 01, 2018

Hidroponia: um cultivo cada vez mais presente


Por Júlio Mesquita, supervisor de hortaliças do IPA

O termo hidroponia foi mencionado pela primeira vez na década de 30, pelo Dr. William Frederick Gericke, pesquisador da Universidade da Califórnia. A palavra hidroponia tem origem em dois radicais provenientes do grego ”hydor”, que significa água, e “ponos”, que significa trabalho. Assim sendo, hidroponia é uma técnica de cultivo diferenciada, onde o solo é substituído por uma solução nutritiva composta por água mais a adição de macro e micronutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas.

Entre os diversos sistemas utilizados para produção de hortaliças hidropônicas podemos destacar o sistema NFT (nutrient film technique) ou sistema fechado, onde a solução nutritiva é pressurizada e circula pelos canais ou perfis de cultivo, onde molham as raízes das plantas levando água e nutrientes retornando o excedente de solução nutritiva para caixa d’água. É bastante utilizado para hortaliças folhosas merecendo destaque as alfaces, mas também pode ser cultivadas diversas outras hortaliças.

O outro sistema também muito usual é conhecido como “sistema aberto” ou “sistema de substrato”, onde são utilizados vasos, bag’s ou bancadas, preenchidos com substratos inertes, como pó de coco, areia lavada, cascalho, lã de vidro e até mistura de alguns destes materiais. Nestes recipientes são cultivadas principalmente as hortaliças frutos (tomate, pimentão, pepino, entre outras). Neste caso a solução nutritiva é pressurizada até as fitas de gotejadoras que molham o substrato levando os nutrientes de forma balanceada e na quantidade específica e estádio de desenvolvimento para cada cultura, não retornando a caixa d’água.

No Brasil, a produção hidropônica de hortaliças tem crescido a cada ano e muitos produtores convencionais, que plantavam em solo, têm convertido seus plantios para hidroponia em busca de melhores preços e principalmente devido aos menores riscos de perdas oriundas de fatores abióticos, como chuvas e ou geadas, ou bióticas, como pragas e doenças.

Pernambuco vem se destacando no cenário nacional com a maior área de produção das regiões Norte e Nordeste, onde são cultivadas hortaliças folhosas como alfaces do tipo crespa, americana, roxa e lisa, rúcula, mostarda, salsa, salsão, agrião, manjericão, hortelã, coentro, espinafre e acelga. E, entre as hortaliças frutos se destacam, os mini tomates cereja e grape, pepino japonês e pimentões coloridos. O município de Chã Grande tem a maior área de produção hidropônica do Estado ocupando uma área de mais de 12ha. A produção se destina a abastecer os mercados da região metropolitana do Recife, algumas cidades do interior, como também o estado da Paraíba.

O Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA vem contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento desta atividade através dos trabalhos de pesquisa e assistência técnica e extensão rural, gerando conhecimento e capacitando os produtores, que buscam maior rentabilidade de suas atividades. Como também vem fazendo trabalho de difusão de tecnologia através da participação em eventos, tais como: Exposição de Animais, Agrinordeste e Feiras de Ciências em escolas da rede pública e privada.

Fonte: Núcleo de Comunicação do IPA

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