Editor de periódico oficial do PC da China afirma que ‘cultura’ brasileira torna País ‘inapto à manufatura’, tornando o desenvolvimento impossível.
GENEBRA - A cultura brasileira faz o País ser “inapto para a manufatura” e a população do País não está disposta a ser trabalhadora como a chinesa. Os comentários foram publicados na noite da quarta-feira e são assinados pelo editorialista Ding Gang, no Global Times, um dos produtos internacionais do People’s Daily, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês. Gang é um dos editores do periódico.
A origem de seu ataque é o New York Times e o fato de o diário americano ter comparado a China ao Brasil no que se refere aos desafios que ambos enfrentam para se desenvolver e evitar seus respectivos declínios. Para o chinês, a comparação “expõe a ignorância chocante do autor sobre a cultura do povo na China”.
O jornal americano mostrava como a ascendência do Brasil a partir de 2009 não se concretizou e apontava como a China tampouco terá um futuro brilhante diante das similaridades ao Brasil. No texto do NYT, o artigo diz que os deuses, antes de destruir um país, o qualificam como “país do futuro”.
Para o editor do jornal chinês, que diz ter passado três anos no Brasil e ter “entendido bem” os motivos da perda de força da economia nacional, “não se pode comparar Brasil com a China”.
“Talvez os brasileiros e o autor acreditem no mesmo Deus. Mas esse não é o mesmo que os chineses acreditam”, diz Gang, que também é um acadêmico.
Cultura
“De fato, o Brasil nunca teve uma indústria manufatureira forte e sofisticada. Mas a questão básica é por qual motivo a China atingiu sua industrialização, enquanto o Brasil a abandonou e foi para a direção oposta? Isso não é apenas uma questão de economia ou instituição, mas de cultura”, argumenta o chinês.
Apontando que trabalhou em várias partes do mundo por 20 anos, o autor indica que atingir a cultura é o “fator mais importante” para atingir a industrialização. “Isso inclui como as pessoas encaram seu trabalho, família, educação das crianças e acumulação de riqueza”, disse.
“Pode soar racista diferenciar o desenvolvimento baseado em cultura”, escreveu. “Mas depois de ter morado no Brasil, você descobre a resposta. Os brasileiros não estão dispostos a ser tão diligentes e trabalhadores como os chineses. Nem valorizam a poupança para as próximas gerações, como fazem os chineses”, indicou. “Ainda assim, eles exigem os mesmos benefícios e bem-estar que aqueles nos países desenvolvidos.”
“A diferença entre o Brasil e a China está no fato de que a cultura no Brasil faz o país inapto à manufatura”, escreveu. “A falta de manufatura não pode levar à industrialização e torna o desenvolvimento sustentável impossível”, alertou.
Procurado, o Itamaraty não quis comentar o assunto.
As informações são de O Estado de S. Paulo em O Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.