sábado, dezembro 01, 2018

Bolsonaro critica multas do Ibama: 'Essa festa vai acabar'

"Não haverá mais aquela briga do Ministério da Agricultura e o Meio Ambiente. Eu quero defender, sou defensor do meio ambiente, mas não dessa forma xiita como acontece, não", disse.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou neste sábado (1º) que é defensor do meio ambiente, mas não vai mais admitir o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) "sair multando a torto e a direito".

Ele deu a declaração a jornalistas, após participar de solenidade de formatura de cadetes aspirantes a oficial do Exército na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), na cidade de Resende, no Rio de Janeiro.

Após o evento, Bolsonaro foi questionado sobre nome para o Ministério do Meio Ambiente. Ele afirmou que todos os nomes em análise "são bons" e que ainda não escolheu.

Ainda sobre o assunto, ele disse que não haverá mais brigas entre os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e que não vai mais admitir o Ibama "sair multando a torto e a direito".

"Não haverá mais aquela briga do Ministério da Agricultura e o Meio Ambiente. Eu quero defender, sou defensor do meio ambiente, mas não dessa forma xiita como acontece, não", disse.

"Não vou mais admitir o Ibama sair multando a torto e a direito por aí, bem como o ICMbio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]. Essa festa vai acabar", concluiu.

Bolsonaro disse que já foi alvo de multa ambiental em 2012, no valor de R$ 10 mil, e que está na iminência de ser inscrito na dívida ativa.

"Vou pagar essa multa? Vou. Mas eu sou uma prova viva do descaso, da parcialidade e do péssimo trabalho prestado por alguns fiscais do Ibama e ICMBio. Isso vai acabar", afirmou.

Bolsonaro afirmou, ainda, que quer integrar o índio à sociedade. "Eu quero o bem estar do índio, eu quero integrar o índio à sociedade. O nosso projeto para o índio é fazê-lo igual a nós. Eles têm as mesmas necessidades de nós. Agora, não podemos admitir que, via Funai, o índio não possa ter o tratamento adequado. O índio quer médico, quer dentista, quer televisão, quer internet. Ele é igualzinho a nós", disse.

O presidente eleito declarou que as políticas indigenistas e ambientais no país "não trabalham em prol do Brasil, mas em prol de "interesses extraterritório".

"Podemos ter um Japão dentro do Brasil. Por que não temos? Porque há uma política completamente equivocada indigenista e ambiental. Temos tudo para ser uma grande nação. Mas, por causa de uma política tacanha e mesquinha, que é potencializada na questão ambiental e indigenista, continuamos aqui patinando na economia", disse.

Nesta sexta-feira (30), após compromisso em Cachoeira Paulista (SP), Bolsonaro afirmou que manter índios em reservas demarcadas é tratá-los como animais em zoológicos.

Salário dos militares

Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre a intenção de aumentar o contingente das Forças Armadas. Bolsonaro disse que tem conversas a respeito com os chefes das Forças Armadas, e defendeu melhoria na remuneração dos militares.

"Nosso contingente é pequeno, mas sabemos das dificuldades que a nação atravessa. O que nós devemos é dar um salário compatível para com eles, botar em votação a medida provisória 2215 [MP de 2001 que prevê a reestruturação da remuneração dos militares das Forças Armadas]; não foi votada ainda, isso é uma excrescência, é um descaso para com as forças armadas", afirmou.

Solenidade em Resende

Durante a solenidade, 427 cadetes receberam a graduação de bacharel em ciências militares e a espada de oficial do Exército, depois de 4 anos de estudos. Bolsonaro estudou na Aman entre 1974 e 1977.

De acordo com o Exército, a solenidade de formatura do oficial de carreira é uma das mais importantes da Academia. A Aman forma oficiais de infantaria, cavalaria, artilharia, engenharia e comunicações,além do quadro de material bélico e do serviço de intendência do Exército.

A solenidade contou com a presença de familiares, convidados, autoridades militares e o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

Após o evento, Bolsonaro parabenizou os formandos em declaração no Twitter.

Militares no governo

Nesta sexta-feira (30), Jair Bolsonaro indicou o 7º militar para compor sua equipe de governo. Ele anunciou, por meio do Twitter, o almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior como futuro ministro de Minas e Energia.

Cinco futuros ministros fizeram carreira no Exército: os generais Augusto Heleno (GSI), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), além de Wagner Rosário (CGU), graduado em Ciências Militares pela Aman, e Tarcísio Freitas (Infraestrutura) , engenheiro formado pelo Instituto Militar de Engenharia. O tenente-coronel Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) entrou na Força Aérea Brasileira em 1981.

Ministros de Jair Bolsonaro

Também nesta sexta, Bolsonaro participou de uma formatura na Escola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP).

Na ocasião, questionado sobre indulto para presos, ele afirmou que a pena deve ser cumprida de forma integral.

Nesta semana, o assunto ganhou espaço com a retomada de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade do indulto concedido pelo presidente Michel Temer em dezembro de 2017.

G1




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.