quinta-feira, novembro 29, 2018

Esquema de corrupção na saúde pode ter desviado mais de R$ 2 bilhões


Promotores do Ministério Publico do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) suspeitam que o esquema criminoso em fraudes de atas da Secretaria de Saúde tenha desviado mais de R$ 2 bilhões dos cofres públicos. Deflagrada na manhã desta quinta-feira (29/11), a Operação Conexão Brasília resultou na prisão de dois ex-gestores da pasta, Rafael Barbosa e Elias Miziara, além de outras 10 pessoas. 

De acordo com um dos promotores à frente das investigações, Luís Henrique Ishihara, há indícios de que contratos firmados com empresas fornecedoras de equipamentos para pacientes contenham fraudes. “O levantamento que temos mostra que podemos ter um prejuízo de R$ 2,2 bilhões. Esse valor pode ser mais alto ainda”, afirma.

As diligências começaram no início do ano e apuram a adesão de atas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e da Secretaria de Estado do Rio de Janeiro. A suspeita é de que a pasta adquirisse produtos hospitalares, principalmente próteses e órteses, com preços superfaturados de empresas fantasmas investigadas até mesmo pela Operação Lava-Jato.
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No total, os investigadores cumpriram 44 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão. A ação ocorreu em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A operação desta quinta apura um procedimento licitatório sobre a ata de registro de preço, que foi fraudada, e era direcionado à empresa HMED. “Essa empresa, fantasma, faz parte do cartel liderado por Miguel Skin. Esse contrato está avaliado em R$ 19 milhões, uma pequena parcela das fraudes que estamos apurando”, destaca.

Esquema natalino

Os responsáveis pelo esquema na Secretaria de Saúde do DF aproveitaram o feriado de fim de ano de 2012 para agir. Em apenas 10 dias úteis, de 20 de novembro a 6 de dezembro, os suspeitos firmaram mais de 17 contratos licitatórios, o que chamou a atenção dos investigadores. O objetivo deles era fraudar as atas.

Para o promotor, os bens adquiridos pela Secretaria de Saúde nesta época não foram para o bem da população, mas sim para facilitar as fraudes. De acordo com ele, as compras foram tão grandes que há órteses e próteses válidas até 2056, que não são de urgência para a população.

Em 2013, a Secretaria de Saúde havia solicitado a compra de urgência de órteses e próteses. No entanto, em 2015, uma avaliação do Ministério Publico de Contas (MPC) constatou que todo o equipamento ainda estava armazenado nos estoques dos hospitais.

Pór: Correio Braziliense 

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