Esses números constam de uma proposta de reforma coordenada por Tafner e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, que, segundo eles, é mais ampla e ambiciosa do que o texto original do projeto de emenda à Constituição parado no Congresso Nacional, a PEC 287. De acordo com Tafner, a economia prevista nas contas públicas com a proposta chega a R$ 1,3 trilhão, o equivalente a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) — quase dois anos do total de despesas previdenciárias atuais e 58% superior à economia prevista no texto original da reforma do governo Michel Temer. Em relação ao relatório da Câmara dos Deputados, que alterou o texto original da PEC 287, a economia seria 2,5 vezes maior.
Vale lembrar que os gastos com Previdência crescem R$ 50 bilhões por ano e a receita dos regimes privado e dos servidores não são suficientes para cobrir as despesas. O deficit cada vez maior coloca em dúvida o pagamento do benefício no futuro. O modelo da reforma proposto por Tafner e Fraga foca na capitalização, com contas individuais, o que não gera deficit. A proposta prevê uma reforma previdenciária “parametrizada”, com critérios e prazos de transição diferenciados para atingir a idade mínima de aposentadoria de 65 anos, sem diferenciação por sexo. O prazo de transição varia de 10 a 15 anos, dependendo da categoria. A previsão é de que a reforma seja formalmente instituída em 2020 e destinada aos que nascerem a partir de janeiro de 2014. As alíquotas de capitalização serão de 8,5%. “O modelo paramétrico traz equidade, corrige injustiças existentes no nosso modelo previdenciário”, afirmou Tafner.
O trabalho coordenado por ele e Fraga, antecipado ao Correio, será divulgado oficialmente hoje e teve a colaboração de um grupo de seis economistas: Leonardo Rolim (consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados), Marcelo Pessoa (pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada — Ipea), Miguel Nathan Foguel (professor da PUC-Rio e pesquisador do Ipea), Rogério Nagamini (coordenador de Previdência do Ipea), Pedro Fernando Nery (consultor do Senado), e Sergio Guimarães (economista do BNDES). Além da proposta, será lançado o Livro Verde da Previdência, publicado no primeiro trimestre de 2019, com o objetivo de “ajudar o debate”, segundo Tafner.
Piso e teto universais
A nova proposta, por exemplo, prevê o fim da desvinculação dos benefícios da Previdência ao salário mínimo e a criação de um novo piso previdenciário universal, de 70% do valor do mínimo em 2020. “Hoje, o Bolsa Família é inferior ao mínimo, porque é um complemento. É uma escolha da sociedade pagar um benefício para a criança inferior ao pago para os idosos. Daqui para frente, ela vai ter de deliberar se prefere investir em jovem ou em idoso para equilibrar isso”, apontou Tafner. Segundo a proposta, essa mudança permitirá que o mínimo cresça conforme a evolução da produtividade da economia, sem pressionar as contas da Previdência. Esse piso será o valor do benefício para os que não contribuíram e se aposentam por idade.
No caso dos servidores públicos, a proposta prevê que todos os funcionários públicos civis estejam submetidos ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Integrantes das Forças Armadas, policiais e bombeiros terão um regime próprio, com um fundo que terá o órgão gestor ligado ao Ministério da Defesa.
A reforma Paramétrica
Principais pontos
» Desconstitucionalização — por meio proposta de emenda à Constituição (PEC) e quatro leis complementares, pretende flexibilizar mudanças futuras nos parâmetros da Previdência.
» Ampliação de parâmetros para definição das regras de transição, como para idade mínima, tempo de contribuição, piso, etc.
» Reforma estrutural para todos os brasileiros nascidos a partir de 1º de janeiro de 2019.
Como funcionaria
» Idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres: 65 anos, com transições distintas para cada categoria.
» Novas regras para pensão e para acumulação de benefícios.
» Novas regras para os servidores públicos, membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros.
» Criação do Benefício Universal do Idoso e do Piso Previdenciário (70% do salário mínimo em 2020).
» Desvinculação de benefícios e contribuições do salário mínimo.
» Extinção da DRU referente à Seguridade Social.
» Possibilidade de novas fontes de recursos para a seguridade social.
Objetivo
» Em pouco mais de 10 anos, juízes, deputados, senadores, promotores e outros servidores públicos estarão com as mesmas regras de trabalhadores da iniciativa privada.
» Desconstitucionalização — por meio proposta de emenda à Constituição (PEC) e quatro leis complementares, pretende flexibilizar mudanças futuras nos parâmetros da Previdência.
» Ampliação de parâmetros para definição das regras de transição, como para idade mínima, tempo de contribuição, piso, etc.
» Reforma estrutural para todos os brasileiros nascidos a partir de 1º de janeiro de 2019.
Como funcionaria
» Idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres: 65 anos, com transições distintas para cada categoria.
» Novas regras para pensão e para acumulação de benefícios.
» Novas regras para os servidores públicos, membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros.
» Criação do Benefício Universal do Idoso e do Piso Previdenciário (70% do salário mínimo em 2020).
» Desvinculação de benefícios e contribuições do salário mínimo.
» Extinção da DRU referente à Seguridade Social.
» Possibilidade de novas fontes de recursos para a seguridade social.
Objetivo
» Em pouco mais de 10 anos, juízes, deputados, senadores, promotores e outros servidores públicos estarão com as mesmas regras de trabalhadores da iniciativa privada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.