Durante a reunião, a equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentou informações sobre os índices pluviométricos da bacia do São Francisco. De acordo com os dados apresentados, a estimativa de chuva é de 71 milímetros (mm) até a próxima semana. A verificação aponta que não deve ser uma chuva homogênea, porém, contínua.
Para o reservatório de Sobradinho, na Bahia, a previsão é de uma precipitação de 95 mm e uma vazão afluente superior a 300 mm na bacia como um todo. A vazão da bacia permanece abaixo da média, levando em consideração a comparação com os últimos cinco anos, mas numa situação mais confortável que em outros anos. Para os próximos meses, a previsão é que permaneça abaixo do esperado, mesmo com chuvas constantes.
A equipe do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também apresentou informações. Diante do cenário que se apresenta, o órgão confirmou o aumento da vazão em Três Marias, em Minas Gerais, do patamar atual, de 200 para 215 metros cúbicos por segundo (m³/s) no próximo dia 7 e para 230 m³/s na semana seguinte, dia 14 de novembro.
Com relação à defluência dos reservatórios, o ONS defende a premissa de uma descarga de água de 730m³/s em Sobradinho e em 605m³/s em Xingó, Alagoas. A equipe técnica do órgão informa, ainda, que o armazenamento em Três Marias aponta para 35,5% do volume útil e média de 23% em Sobradinho e Itaparica (PE). Esse cenário permite, segundo o ONS, a prática de defluência de 700 m³/s em Sobradinho no mês de dezembro e de 800 m³/s em janeiro.
O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, informou que estudo promovido pela agência federal aponta que os níveis atuais dos reservatórios sejam superados, chegando a dezembro num limite mínimo acima do acertado e condição muito melhor que nos últimos anos. “Em comparação com outubro do ano passado, Sobradinho estava com pouco mais de 5%”, lembrou ele. “Pela primeira vez, desde 2013, os reservatórios apresentam índices acima do patamar crítico”, completou Gondim, num indicativo de que poderá entrar em vigor a nova resolução da ANA, a qual estabelece novos limites mínimos de vazão do rio.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, acompanhou a reunião através de videoconferência. Ele apresentou um resumo das reuniões promovidas pelo colegiado para discutir com o poder público o impacto das ocupações irregulares diante do cenário de enchentes. A primeira delas foi realizada em Propriá (SE) e a última em Pirapora (MG). Miranda propôs que se crie um grupo de trabalho para analisar os resultados das reuniões, o que foi acatado pelo superintendente Joaquim Gondim. Ele sugeriu que o assunto seja tratado no mês de janeiro, em data a ser definida posteriormente.
Anivaldo Miranda também se posicionou sobre o estudo divulgado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a respeito da proliferação de fitoplanctons no rio. “O Comitê está atuando nessa questão com um consórcio formado por diversas universidades localizadas na bacia”, explicou o presidente do CBHSF.
Segundo ele, a questão deverá também ser combatida com o incentivo junto aos municípios para a implementação dos planos municipais de saneamento básico. “E o Comitê irá atuar para esse planejamento sair da região do Baixo e chegar até o Alto São Francisco”, prometeu.
Texto: Delane Barros/Ascom CBHSF
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