Assim como o anúncio feito em julho, o ato derradeiro — na partida entre Brasil e Camarões — foi carregado de emoção. Colega de Arnaldo ao longo de toda a carreira como comentarista, o narrador Galvão Bueno se emocionou logo no início da transmissão. Mesmo fora de campo, os dois formam uma das duplas mais icônicas da história do futebol brasileiro, num patamar semelhante até ao de Romário e Bebeto em 1994 e de Ronaldo e Rivaldo em 2002. A parceria rendeu bordões que ficaram eternizados, como a pergunta "pode isso, Arnaldo" bradada por Galvão e quase sempre respondida com um "a regra é clara".
Nascido em 15 de janeiro de 1943, no Rio de Janeiro, Arnaldo David Cezar Coelho afirma ter começado a carreira de árbitro "apitando peladinhas" na escola. Ele até tentou desviar do destino, mas, por sugestão de um professor — que notava suas dificuldades —, desistiu de prestar vestibular para Economia e se formou em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Formado, começou a lecionar na área, até passar a apitar profissionalmente em 1964. Seu primeiro jogo? Um América e Fluminense. Em 1969, entrou para o quadro da Fifa. Cinco anos depois, estreava em Copas do Mundo. Em 1982, no Mundial da Espanha, o ápice da carreira: Arnaldo se tornou o primeiro árbitro brasileiro a apitar uma final.
Como comentarista, a primeira Copa foi a de 1990. Depois, vieram outras sete, com dois títulos do Brasil no caminho. Ainda na TV, virou presença fixa no programa Bem, amigos, do amigo Galvão, transmitido pelo SporTV. Após o Mundial da Rússia, veio o anúncio da aposentadoria, que pareceu ter surpreendido até os próprios colegas.
Terra onde Arnaldo também fez fama — com alguns posts desprentensiosamente engraçados —, a internet lamentou a aposentadoria do comentarista nesta terça. O fim da parceria com Galvão, inclusive, parece ter levado parte dos internautas às lágrimas. Pode isso, Arnaldo?
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