Apoiadores de Anilton saíram revoltados e dizendo que em 2020 “a coisa vai ser diferente”, “eu quero ver é vocês ganharem nas urnas”, gritavam inconsolados.
Até o fim de semana, apesar de todas as reuniões e acertos, as notícias que chegaram de Salvador, mais precisamente do Podemos, partido dos vereadores Zezinho do INSS e José de Abel, o voto do primeiro não era certo para nenhum dos lados.O partido instruiu que os parlamentares endossassem o parecer do TCM e aprovassem as contas do ex-prefeito de Paulo Afonso Anilton Bastos referentes a 2016; ainda havia por parte da oposição, um receio não declarado de que a vereadora Irmã Leda (PDT) pudesse não acompanhá-los por sua postura, digamos, neutra.
A oposição chegou cedo para a sessão ordinária desta 2ª feira 22, concentrou-se e encarou uma claque disposta a testar o temperamento de Mário Galinho (SD), sempre no limite; com cartazes em referência ao ex-prefeito, marcaram as falas dos oposicionistas e ecoaram na Câmara o grito de “golpe”.
Por seu turno, as pessoas que apoiaram a oposição, posicionadas curiosamente à esquerda do plenário, também não ficaram caladas, durante o pronunciamento de Marconi Daniel (PHS) deram-lhe uma retumbante vaia que foi praticamente impossível ouvir sua verborragia.
O problema é que ninguém queria ouvir a razão. O calor, a falta de espaço, o barulho, até uma senhora que passou mal e foi retirada do plenário, a chegada do tenente-coronel Carlos Umberto, tudo clamava por celeridade. Mas Jean insistia “aqui nós estamos mostrando uma série de irregularidades: renúncia de receitas, são várias e não apenas o contrato de 27 milhões”, dizia inutilmente.
Jean terminou seu parecer e foi a vez de Leco (PHS), líder da minoria, balbuciar algumas palavras ciente que já não tinha qualquer efeito sobre os colegas. Vendo que era absolutamente inócua sua tentativa, ainda tirou uma ondinha dizendo que o público não entendeu o que Jean disse. Leu uma carta enviada pela empresa citada pelo TCM, alegando que não houve a celebração do contrato e acabou a tortura pedindo a aprovação das contas com ressalvas.
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Quando finalmente o presidente Marcondes Francisco (PSD), pôs as contas para serem votadas, dez parlamentares, Leda um pouco mais devagar, levantaram e garantiram os dois terços necessários dos votos, contra quatro do governo, reprovando as contas do ex-prefeito.
Foi uma gritaria sem fim e confusão com os repórteres pelos vereadores oposicionistas. Calados, os vereadores do prefeito Luiz de Deus engoliram em seco a subida de Zezinho, de José Carlos e de Leda, então componentes governistas.
Galinho saiu escoltado pela PM do plenário depois de conceder algumas entrevistas e Jean ganhou afagos da mulher e dos familiares, foram muitos beijinhos e carinhos.
Apoiadores de Anilton saíram revoltados e dizendo que em 2020 “a coisa vai ser diferente”, “eu quero ver é vocês ganharem nas urnas”, gritavam inconsolados.
Por IVONE LIMA (REDAÇÃO - PA4.COM.BR)
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