sexta-feira, outubro 19, 2018

Mendonça Filho ajuda equipe de Bolsonaro e vira 'ministeriável'

Mendonça Filho, que não foi eleito, teve reuniões com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) em que apresentou o que foi feito no MEC durante a sua gestão e deu sugestões (Reprodução Assis Ramalho)

O ex-ministro da Educação no governo de Michel Temer, Mendonça Filho (DEM-PE), tem colaborado com a equipe do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). O nome de Mendonça estaria, inclusive, sendo cogitado para voltar ao mesmo ministério que deixou em abril para se candidatar a senador por Pernambuco. Além dele, o nome do empresário Eduardo Mufarej, do grupo RenovaBR, também está sendo considerado para o cargo.

Mendonça Filho, que não foi eleito, teve reuniões com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) em que apresentou o que foi feito na pasta durante a sua gestão e deu sugestões. Apesar de o DEM ter se declarado neutro nas eleições presidenciais, Onyx já foi anunciado como futuro ministro da Casa Civil se Bolsonaro for eleito.

De acordo com interlocutores, Mendonça teria enfatizado a importância do ensino em tempo integral e a reforma do ensino médio, que Temer aprovou por meio de medida provisória e tem sido a grande bandeira do governo em educação. Em seu programa, Bolsonaro não menciona a reforma.

O candidato já declarou várias vezes que pretende fazer uma "mudança curricular" para tirar questões "ideológicas", como gênero e sexualidade, das escolas. A gestão de Mendonça - continuada pelo atual ministro Rossieli Soares - foi responsável pela finalização da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento começou a ser elaborado no governo de Dilma Rousseff e teve várias versões. Na que foi aprovada, em 2017, menções a gênero e sexualidade foram retiradas.

Segundo a reportagem apurou, outro nome cotado para o ministério é o do empresário Eduardo Mufarej, ex-presidente do grupo Somos Educação, e que está a frente da ONG RenovaBR. A entidade tem o objetivo de formar lideranças para a política. Ele seria uma indicação de Paulo Guedes, economista de Bolsonaro. Guedes não gostaria que a pasta fosse ocupada por um militar.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o general Aléssio Ribeiro Souto, que está no grupo de discussões sobre educação do PSL, disse que a bibliografia deveria mudar para que professores exponham a "verdade" sobre o "regime de 1964". O ex-funcionário da Fundação Getulio Vargas Stravos Xanthopoylos também faz parte do grupo e foi cogitado para o cargo, mas seu nome tem perdido força nos últimos dias.

AE/Diário de Pernambuco

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