Ele falou com a imprensa em uma entrevista coletiva num hotel em São Paulo.
"Toda a perspectiva do mundo é a educação em tempo integral, ou seja, manter a criança na escola em tempo integral para que ela possa conviver, se socializar, construir a sua própria personalidade, ter um professor e às vezes dois professores a disposição. E a ideia de usar educação a distância no ensino fundamental é destruição da escola pública", afirmou.
Haddad disse ainda que há grande ociosidade nas universidades públicas. Na opinião do candidato, é necessário fazer investimentos para que as universidades possam atender mais estudantes.
"Dá para colocar muito mais aluno nessa infraestrutura que se tem. O grande entrave é a permanência. Então já é gratuito o ensino nessas universidades. O que a gente tem que fazer é oferecer alguma condição de assistência estudantil. O que está causando a evasão é que esse jovem não tem a condição de pagar um aluguel de república, restaurante universitário, transporte urbano. Nós vamos cuidar disso", explicou Haddad.
Relação com o Congresso
Haddad disse também que, em seu eventual governo, terá "totais condições" de lidar com o novo Congresso, eleito na votação do dia 7.
Ele deu a declaração em entrevista à Rádio Bandeirantes. Ele foi questionado sobre com seria sua sua relação com o Congresso e se teria condições de "tratar" com o parlamento.
Na nova Câmara, o PT de Haddad terá a maior bancada, com 56 deputados. No entanto, a representatividade do partido diminuiu na comparação com 2014, quando elegeu 69 deputados. A partir de 2019, a segunda maior bancada na Casa vai ser do PSL, de Jair Bolsonaro, rival de Haddad no segundo turno, com 52 deputados.
No Senado, a maior bancada será do MDB, com 12 senadores. Em seguida vem a do PSDB, com 9. O PT terá a quinta bancada, com 6 senadores. E o PSL, a décima, com 4.
Haddad citou como exemplo de relação com o Legislativo o período em que foi prefeito de São Paulo, quando, segundo o candidato, não tinha maioria na Câmara de Vereadores. Também lembrou de quando foi ministro da Educação.
"Totais condições [de lidar com o Congresso]. Eu tinha na cidade de São Paulo 11 vereadores de 55. Aprovei plano diretor, que foi premiado pela ONU. Aprovei renegociação da dívida, e a cidade é das poucas que têm grau de investimento", afirmou.
"Lá no Congresso, quando eu era ministro, nunca um líder de partido indicou votação contrária a projeto que apresentei. Você não vai achar um voto de liderança contrário às propostas do MEC quando eu era ministro", completou Haddad.
Ele afirmou ainda que, se eleito, sua relação com os poderes vai se basear no diálogo e na busca de consensos.
"A mesma postura que eu tive como ministro, vou ter como presidente. Construir consenso, dialogar, não tentar impor uma agenda. Tentar construir saídas para a crise", disse.
O candidato também pregou "boa vontade" para o país superar o atual momento de crise.
"O país é forte o suficiente para resolver esta crise. Um pouco de boa vontade, um pouco de diálogo, restaurar a ordem democrática. Acabar com essa coisa da violência, da intolerâncacia que está na rua. Mostrar para o país, fazer gestos, dar o exemplo, é assim que vamos construir", concluiu Haddad.
Ele disse que vai montar uma equipe ministerial com os melhores brasileiros para superar a crise. Mais cedo, no Twitter, Haddad disse que o educador Mário Sergio Cortella deveria pensar em ocupar o Ministério da Educação.
Dia do professor
Pela manhã, Haddad recebeu cumprimentos nas redes sociais pelo dia do professor e também parabenizou os profissionais.
"Quando você entra em uma sala de aula, você não pergunta se o aluno é corinthiano ou torce para o Bahia, se ele é judeu ou muçulmano, se é preto ou branco. Você apenas se doa. Se doa para que as pessoas aprendam e se desenvolvam. Essa é a missão de vida de um professor", escreveu.
G1
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