Os dados são resultado de uma pesquisa realizada pelo economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a partir de resultados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O Brasil mais do que cumpriu a meta do milênio", afirma Neri.
Entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010, o avanço na redução da pobreza no país foi de 16,3%, duas vezes o registrado no período entre 2002 e 2008, quando a queda foi de 8,2%.
Ou seja, no acumulado desde o lançamento do Plano Real, que trouxe estabilidade econômica ao país, até o fim do ano passado, houve queda de 67,3% da pobreza. Para o economista, falta agora a "parte mais difícil do caminho".
"Certamente não é uma década espetacular em termos de crescimento da renda do brasileiro, mas, ainda assim, houve redução da desigualdade", afirmou.
No ano de 2010, a renda média do brasileiro cresceu 2 pontos percentuais acima do PIB, ao avançar 9,6%, enquanto a alta do PIB foi de 7,5% no período. "Em termos de renda do brasileiro, foi um ano excepcional, de crescimento chinês", disse Neri.
"Acho ousada a meta de erradicação de pobreza em cinco anos, mas já cumpriu uma parte importante do caminho de reduzir em 50% a pobreza entre 1990 e 2015", acrescentou.
O ponto mais elevado da renda média foi durante o período eleitoral, inclusive pelos incentivos de recuperação da crise econômica, como a redução de IPI. É bastante comum, de acordo com o economista, que a renda cresça nos anos eleitorais e caia um pouco no ano seguinte. Mas a pobreza caiu continuamente no mesmo período.
Por: O Globo
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