Para evitar possíveis prejuízos eleitorais na votação de domingo, o candidato do PSL reafirmou que será neutro nas disputas pelos governos estaduais, especialmente em São Paulo. Pesquisa do Datafolha divulgada ontem mostrou que a diferença entre os candidatos diminuiu de 18 pontos porcentuais para 12 pontos em uma semana.
“Quero neutralidade, porque não está garantida minha eleição no próximo domingo, e a eleição mais importante para quem está do meu lado é a minha”, disse Bolsonaro, que cobrou empenho dos correligionários: “Em São Paulo, por exemplo, a preocupação número um não é eleger um ou outro candidato a governador, e sim somar votos para a nossa candidatura.”
Apesar de a desvantagem nas pesquisas ainda ser significativa, a ordem no PT é mobilizar militantes e voluntários nas ruas para tentar virar votos de eleitores que dizem apoiar Bolsonaro. O comando do partido enviou um comunicado para que todos os diretórios se mobilizem nestes últimos dias.
Alguns petistas comparam o momento com a reta final do segundo turno em 2014, quando o partido acredita que a militância espontânea fez a diferença na disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves (PSDB). Nas grandes cidades, o PT montou equipes para percorrer as periferias batendo de porta em porta. O objetivo é tentar reconquistar votos que já foram do partido.
Isso faz parte de uma mudança de estratégia adotada no início da semana passada. Depois de dez dias “perdidos” no início do segundo turno à espera de uma ampla “frente democrática” que pudesse ampliar a candidatura de Haddad para o centro do espectro político, a campanha decidiu mudar de rumo e reorientar esforços com foco no eleitorado petista tradicional, em especial a população de baixa renda. As promessas de Haddad de reajustar o salário mínimo acima da inflação, aumentar em 20% o valor do Bolsa Família e fixar teto de R$ 49 para o botijão de gás fazem parte dessa reorientação.
Agência Estado
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