No Brasil, a maioria das cesáreas se dá em gestações de baixo risco, com 54,4% de cesáreas feitas em mulheres de nível educacional elevado, frente a 19,4% de nível mais baixo.
O número de nascimentos por cesárea no planeta praticamente duplicou em 15 anos, de 12% para 21% entre 2000 e 2015, e superou os 40% em 15 países, a maioria da América Latina e do Caribe, indica o relatório publicado nesta sexta-feira na revista Lancet.
Atualmente, estima-se entre 10% e 15% a proporção de cesáreas necessárias por motivos médicos. Contudo, 60% dos 169 países estudados estão acima dessa faixa, e 25%, abaixo, de acordo com o estudo baseado em dados da Organização Mundial da Saúde e da Unicef.
"O forte aumento de cesáreas - especialmente entre as classes abastadas e sem motivos médicos - representam um problema devido aos riscos associados para a mãe e o bebê", destaca a coordenadora do informe, Marleen Temmermann, da Universidade Aga Khan, no Quênia, e da Universidade de Gante, na Bélgica.
Embora as cesáreas salvem vidas e seu acesso deva ser facilitados "para as mulheres de regiões pobres", este tipo de parto apresenta também seus risco. Por isso, não se deve "abusar" deles, segundo Temmermann.
República Dominicana e Brasil na liderança
As disparidades entre regiões são impressionante, vão de 4,1% dos partos na África subsaariana a 44,3% na América Latina e no Caribe (frente a 32,3% em 2000).
Na Ásia do Sul, as cesáreas aumentaram mais rapidamente que em qualquer outra região, a uma média de 6% ao ano, disparando de 7,2% dos nascimentos em 200 para 18,1% em 2015.
Na América da Norte, a taxa foi de 32%, e na Europa ocidental, de 26,9%.
Por países, a República Dominicana é líder mundial neste tipo de nascimentos (58,1%), seguida do Brasil (55,5%).
Entre os 15 primeiros também se destacam os seguintes países latinos: Venezuela (52,4%), Chile (46%), Colômbia (45,9%), Paraguai (45,9%), Equador (45,5%), México (40,7%) e Cuba (40,4%).
À revista Lancet, o Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia, reunido no Brasil, atribui a "epidemia" de cesáreas à existência de equipes médicas menos competentes para acompanhar os partos normais difíceis, à comodidade de programar o dia do parto, aos maiores benefícios econômicos para as clínicas, entre outros.
Gestações de baixo risco no Brasil
Na Ásia do Sul, as cesáreas aumentaram mais rapidamente que em qualquer outra região, a uma média de 6% ao ano, disparando de 7,2% dos nascimentos em 200 para 18,1% em 2015.
Na América da Norte, a taxa foi de 32%, e na Europa ocidental, de 26,9%.
Por países, a República Dominicana é líder mundial neste tipo de nascimentos (58,1%), seguida do Brasil (55,5%).
Entre os 15 primeiros também se destacam os seguintes países latinos: Venezuela (52,4%), Chile (46%), Colômbia (45,9%), Paraguai (45,9%), Equador (45,5%), México (40,7%) e Cuba (40,4%).
À revista Lancet, o Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia, reunido no Brasil, atribui a "epidemia" de cesáreas à existência de equipes médicas menos competentes para acompanhar os partos normais difíceis, à comodidade de programar o dia do parto, aos maiores benefícios econômicos para as clínicas, entre outros.
Gestações de baixo risco no Brasil
O estudo ainda constata uma ligação estreita entre as cirurgias e a faixa de renda e de educação das mulheres.
No Brasil, por exemplo, onde a maioria das cesáreas se dá em gestações de baixo risco, 54,4% deste tipo de partos são feitos em mulheres de nível educacional elevado, frente a 19,4% de nível mais baixo.
As cesáreas são indispensáveis quando se apresentam complicações, como hemorragias, sofrimento fetal ou posição anormal do bebê, destaca o estudo.
Mas também representam riscos como uma recuperação mais complicada para a mãe e problemas nos partos seguintes (gravidez ectópica, desenvolvimento anormal da placenta, entre outros).
O estudo ainda destaca que estão surgindo provas de que os bebês nascidos por cesárea não se expõem aos mesmos processos hormonais, físicos nem bacterianos que os nascidos por parto normal - o que pode afetar sua saúde.
A fim de limitar o excesso de cesáreas, o Congresso Mundial de Ginecologia recomenda por exemplo aplicar uma tarifa única para todos os partos, obrigar hospitais a publicar suas estatísticas, informar melhores as mulheres e melhorar a formação para partos normais.
Correio Braziliense
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