quarta-feira, setembro 12, 2018

'Se Bolsonaro ganhar, saio da política', diz Ciro Gomes


O candidato do PDT, Ciro Gomes, participou nesta quarta-feira de sabatina promovida pelos jornais O GLOBO e "Valor Econômico" e pela revista "Época". Além das críticas ao PT e à polêmica candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele comentou o envolvimento do Exército na política e aumentou o tom contra os militares."No meu governo, militar não pode falar de política". Ao falar de economia, ele sustentou que, caso eleito, o Banco Central continuará perseguindo metas de inflação e emprego. Ao final da entrevista, que durou duas horas, Ciro prometeu "sair da política" caso Jair Bolsonaro (PSL) seja eleito presidente.

- Vou desejar boa sorte a ele, cumprimentá-lo pelo privilégio e depois vou chorar. Eu saio da política. A minha razão de estar na política é confiar no povo brasileiro.

Sobre a polêmica do registro de candidatura do PT, para Ciro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu sua percepção da realidade porque está isolado na prisão e cercado de puxa-sacos. "O Brasil não agüenta outra Dilma nesse sentido de um pessoa assumir porque é indicada pelo Lula. Não podemos ter outro presidente por procuração".

- O Lula a gente tem que relativizar, porque ele está isolado. E, agora, o Lula está com um problema, porque morreram o Márcio Thomaz Bastos (ex-ministro da Justiça), o Luiz Gushiken (ex-ministro da Comunicação Social), está sem José Dirceu..., perdeu dona Marisa (Letícia). Hoje o Lula está cercado de puxa-saco e perdeu um pouco da visão genial que ele tem da realidade. Se ele estivesse solto, não teria permitido uma série de desatinos que estão sendo promovidos - disse.

Ciro explicou por que acha que é diferente de Fernando Haddad (PT). De acordo com ele, o petista não conhece o país. De olho nos votos de centro, ele afirmou que é "um pouco mais largo" do que Haddad. - A proposta que tenho fala com a centro-esquerda.

Embora já tenha dito que Lula foi condenado sem provas, ele negou que daria indulto ao ex-presidente caso fosse eleito. - Isso é só intriga.

Ciro afirmou que não visitou Lula na prisão, em Curitiba, porque primeiro não foi autorizado pela juíza de execuções penais e, depois, não foi incluído na lista feita pelo ex-presidente.

- Eu não iria por razão política, iria, por razão humanitária - disse ele.

Ao falar de sobre um tema caro a Jair Bolsonaro (PSL), Ciro diz que no seu governo, militar não pode falar de política. Quer as Forças Armadas altivas. Mas ele será o chefe. E ainda sobrou para o vice de Bolsonaro: "um jumento de carga", disse sobre o general Mourão.

Sobre a declaração do Comandante Villas Boas que próximo presidente pode não ter legitimidade, Ciro foi ainda mais ácido.

- Estaria demitido e provavelmente pegaria uma "cana". Mas deixa eu explicar, ele está fazendo isso para tentar calar a voz das "cadelas no cio" que embaixo dele estão se animando com essa barulheira. Esse lado fascista da sociedade brasileira. Esse general Mourão, que é um jumento de carga, tem uma entrada no Exército e agora se considera tutor da nação. Os brasileiros têm que deixar muito claro que quem manda no país é o povo.

‘Ele está fazendo isso para tentar calar a voz das "cadelas no cio" que embaixo dele estão se animando com essa barulheira’

Durante a sabatina do GLOBO, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, falou sobre a relação que pretende ter com os militares caso seja eleito:

- Sob ordens da Constituição eu mando e eles obedecem. Não quero eles envolvidos em negócio de narcotráfico. Isso é invenção de norte americano. Eu os quero altivos, bem remunerados, mas no meu governo o Exército não fala em política.

O candidato do PDT seguiu um discurso já adotado por Geraldo Alckmin (PSDB) de que os seis primeiros meses de governo são fundamentais para implementar medidas significativas.

- Todos os presidentes se elegeram com minoria no Congresso e tiveram poderes imperiais nos seis primeiros meses. Portanto, o tempo da reforma são os seis primeiros meses. Manter a energia política viva, chamar empresários, trabalhadores, não quebrar contratos, achar o consenso - enumerou Ciro.

O candidato disse ainda que não pretende usar as Forças Armadas no combate ao tráfico de armas e drogas na fronteira do país e que é necessário criar uma nova polícia para fazer isso.

Ciro afirmou que pretende mudar as prerrogativas do Banco Central para que ele persiga uma meta da menor inflação possível e a maior geração de empregos. Hoje, o BC tem apenas uma meta de inflação como guia da política monetária.

- O Banco Central terá duplo comando. Para ter a menor inflação e o maior emprego. E o Banco Central será subordinado a mim - para a instituição.

Apesar de criticar a políticas econômica adotada pelo governo Michel Temer, ela disse que o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tem atuado corret- A proposta que tenho fala com a centro-esquerda.

‘"O Brasil não agüenta outra Dilma nesse sentido de um pessoa assumir porque é indicada pelo Lula. Não podemos ter outro presidente por procuração"’
- CIRO GOMESCandidato do PDT à Presidência ao falar sobre a legitimidade de Lula nas eleições

Embora já tenha dito que Lula foi condenado sem provas, ele negou que daria indulto ao ex-presidente caso fosse eleito.

- Isso é só intriga.

Ciro afirmou que não visitou Lula na prisão, em Curitiba, porque primeiro não foi autorizado pela juíza de execuções penais e, depois, não foi incluído na lista feita pelo ex-presidente.

- Eu não iria por razão política, iria, por razão humanitária - disse ele.

Ao falar de sobre um tema caro a Jair Bolsonaro (PSL), Ciro diz que no seu governo, militar não pode falar de política. Quer as Forças Armadas altivas. Mas ele será o chefe. E ainda sobrou para o vice de Bolsonaro: "um jumento de carga", disse sobre o general Mourão.

Sobre a declaração do Comandante Villas Boas que próximo presidente pode não ter legitimidade, Ciro foi ainda mais ácido.

- Estaria demitido e provavelmente pegaria uma "cana". Mas deixa eu explicar, ele está fazendo isso para tentar calar a voz das "cadelas no cio" que embaixo dele estão se animando com essa barulheira. Esse lado fascista da sociedade brasileira. Esse general Mourão, que é um jumento de carga, tem uma entrada no Exército e agora se considera tutor da nação. Os brasileiros têm que deixar muito claro que quem manda no país é o povo.


‘Ele está fazendo isso para tentar calar a voz das "cadelas no cio" que embaixo dele estão se animando com essa barulheira’
- CIRO GOMESCandidato do PDT à Presidência ao comentar declaração do comandante do Exército de que o próximo presidente pode não ter legitimidade

Durante a sabatina do GLOBO, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, falou sobre a relação que pretende ter com os militares caso seja eleito:

- Sob ordens da Constituição eu mando e eles obedecem. Não quero eles envolvidos em negócio de narcotráfico. Isso é invenção de norte americano. Eu os quero altivos, bem remunerados, mas no meu governo o Exército não fala em política.

O candidato do PDT seguiu um discurso já adotado por Geraldo Alckmin (PSDB) de que os seis primeiros meses de governo são fundamentais para implementar medidas significativas.

- Todos os presidentes se elegeram com minoria no Congresso e tiveram poderes imperiais nos seis primeiros meses. Portanto, o tempo da reforma são os seis primeiros meses. Manter a energia política viva, chamar empresários, trabalhadores, não quebrar contratos, achar o consenso - enumerou Ciro.

O candidato disse ainda que não pretende usar as Forças Armadas no combate ao tráfico de armas e drogas na fronteira do país e que é necessário criar uma nova polícia para fazer isso.

AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL

Ciro afirmou que pretende mudar as prerrogativas do Banco Central para que ele persiga uma meta da menor inflação possível e a maior geração de empregos. Hoje, o BC tem apenas uma meta de inflação como guia da política monetária.

- O Banco Central terá duplo comando. Para ter a menor inflação e o maior emprego. E o Banco Central será subordinado a mim - para a instituição.

Apesar de criticar a políticas econômica adotada pelo governo Michel Temer, ela disse que o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tem atuado corretamente à frente da instituição.

Ciro afirmou ainda que fará uma redução de pelo menos 15% das desonerações fiscais concedidas a vários setores produtivos e que geram uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 354 bilhões. E, questionado sobre qual setor, poderá sofrer com essa decisão, apontou que o setor automobilístico é um deles.

- Qual o sentido de estimular o consumo de automóveis no Brasil com renúncia fiscal — disse Ciro, acrescentando que as montadoras estão com a produção parada e o argumento de manutenção de emprego não serve nesse caso.

Ciro afirmou ainda que fará uma redução de pelo menos 15% das desonerações fiscais concedidas a vários setores produtivos e que geram uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 354 bilhões. E, questionado sobre qual setor, poderá sofrer com essa decisão, apontou que o setor automobilístico é um deles.

- Qual o sentido de estimular o consumo de automóveis no Brasil com renúncia fiscal — disse Ciro, acrescentando que as montadoras estão com a produção parada e o argumento de manutenção de emprego não serve nesse caso.


Ao defender a utilização do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) para forçar a diminuição de juros e tarifas bancárias, Ciro criticou a ex-presidente Dilma, que tentou o mesmo expediente.

- Por favor, não compare minhas ideias com a Dilma que fico ofendido. O governo dela foi desastrado - disse o candidato do PDT, ressaltando que a petista é uma mulher “honrada”.

Ciro foi contra o impeachment de Dilma, ao qual se refere até hoje como “golpe”.

Para Ciro, BB e CEF atualmente fazem parte do “cartel” formado por cinco bancos. Ele propôs a regulamentação de Fintechs (bancos digitais) e a utilização de cooperativas de crédito para aumentar a concorrência no setor financeiro.

O presidenciável do PDT voltou a prometer que vai tirar 63 milhões de pessoas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) por meio do refinanciamento dessas dívidas:

- Meus adversários, por demofobia, criticaram e agora estão imitando.

FIM DA REELEIÇÃO

Quando falava em bater "proporcionalmente" o recorde de universidades públicas inauguradas pelo ex-presidente Lula, Ciro Gomes disse que sua ideia inicial é ficar apenas quatro anos no Palácio do Planalto, caso seja eleito.

- Vou pensar se serei candidato à reeleição. Acho que (a reeleição) é uma impertinência que se produziu. Não sei se tenho direito de propor o fim (da reeleição), mas eu preferia eleger um sucessor - disse Ciro.

Marina Silva, candidata da Rede, já havia declarado na sabatina de terça-feira do GLOBO que tentará acabar com a reeleição. Ciro, no entanto, ironizou o discurso da adversária.

- Ainda vou consultar, não posso antecipar isso. Marina o fez porque não conhece bem como funciona a verdade a política no Brasil hoje.

O candidato do PDT disse também que seu conselheiro Mangabeira Unger, que já atuou nos governos Lula e Dilma, estará "por perto" num eventual governo. Antes de chamar para um debate o economista Paulo Guedes, um dos principais conselheiros de seu rival Jair Bolsonaro, Ciro adotou um discurso contra o voto útil, possibilidade que vem sendo levantada por opositores do líder das pesquisas.

- Voto útil para quê? Vota em quem achar melhor. Eu tenho dito nos meus programas que agora é hora de botar o pézinho atrás e olhar todo mundo.

Ciro foi o segundo a participar da série de entrevistas com os principais candidatos à Presidência, de acordo com as pesquisas de intenções de voto. Na terça-feira, Marina Silva (Rede) iniciou a sequência de sabatinas, que terá ainda Geraldo Alckmin (PSDB) na quinta-feira.

O Globo


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