Principais representantes da centro-esquerda na disputa presidencial, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) viajarão para o Nordeste durante o final de semana, dando prosseguimento à disputa travada entre os dois pelos votos dos eleitores identificados com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Operação Lava Jato no caso do triplex do Guarujá (SP), preso na Polícia Federal, em Curitiba (PR), e declarado inelegível pelo plenário do TSE.
Já os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (Novo) desembarcarão na região nos dias 20 (quinta-feira) e 21 (sexta-feira), respectivamente. Embora figuras próximas do ex-governador de São Paulo, como o prefeito de Salvador e presidente do DEM ACM Neto, afirmem que a prioridade da campanha é o Sudeste, a agenda do tucano no Nordeste tem metas.
De acordo com o presidente do PSDB da Bahia, o deputado federal João Gualberto, as atividades na região miram estabelecer um diálogo maior de Alckmin com os eleitores nordestinos.
Na região, o PT tem ampla preferência popular - 20% dizem que votarão em Haddad, segundo pesquisa Ibope do dia 11 de setembro - e o candidato do PSDB apresenta desempenho abaixo da média nacional. Apenas 7% dos eleitores nordestinos pretendem votar no candidato tucano nas eleições 2018, enquanto no Sudeste esse número chega a 10% e no Brasil é de 9%.
"Geraldo vê muita importância no Nordeste, porque o Nordeste é importante para o Brasil", afirma João Gualberto. Segundo o prefeito de Salvador, ACM Neto, além da capital baiana, onde Alckmin participará por volta das 17h de um comício na região do Pelourinho, no Centro Histórico, o tucano visitará Recife (PE), e pode ir a Maceió (AL) também na sexta-feira.
Amoêdo, por sua vez, cumprirá atividade comum de campanha, em um roteiro construído para "rodar o País inteiro", segundo sua assessoria.
Antes da capital baiana, onde visita no dia 20, passando por pontos turísticos como o Mercado Modelo, Amoêdo visitará Natal (RN) nesta quarta-feira, 19. Lá, também visitará um mercadão público, o Mercado Alecrim, para fazer 'corpo a corpo' com eleitores. Na região, ele tem 1% das intenções de votos, segundo dados do Ibope de 11 de setembro.
Lulismo. A mesma sondagem mostrou que Fernando Haddad e Ciro Gomes lideram a corrida presidencial no Nordeste, com 20% e 18%, respectivamente. Os dois, em busca do espólio eleitoral do lulismo, terão agendas simultâneas na região no sábado. O petista estará em Recife e em Caruaru, em Pernambuco, enquanto o pedetista visitará somente Salvador.
A recepção de Ciro ainda não teve detalhes divulgados. Entretanto, segundo o deputado federal Félix Mendonça Jr., presidente do PDT da Bahia, o presidenciável tentará mostrar aos eleitores porque é melhor que o candidato do PT para disputar com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, no segundo turno. "A agenda de Ciro é muito importante aqui no Nordeste, porque o voto em Ciro pode ser o voto vencedor", disse o dirigente partidário, pregando o voto útil no pedetista.
"Ele é nordestino, tem identificação com a região, transformou a educação do Ceará quando foi governador e está em busca justamente desses votos que foram até então do lulismo", afirmou Félix.
Já Haddad voltará a usar os feitos dos governos petistas como estratégia para convencer o eleitorado lulista do Nordeste. Além de Recife e Caruaru, o candidato petista visitará Petrolina e Juazeiro, na divisa entre Pernambuco e Bahia, respectivamente.
A agenda vai priorizar diálogo com movimentos sociais da agricultura familiar, como a Articulação do Semiárido Brasileiro e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, além do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), aliado de longa data do PT.
Segundo o coordenador da agenda de Haddad no Nordeste e ex-presidente do PT da Bahia, Jonas Paulo, a ideia é explorar as políticas elaboradas pelo partido contra a seca, como a entrega de cisternas do Água para Todos, além de outras ações, como incentivo ao uso de energia eólica.
Os governadores e candidatos à reeleição Paulo Câmara (PSB-PE) e Rui Costa (PT-BA), que lideram com folga as intenções de votos em seus Estados, estarão presentes, ao lado do ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner, candidato ao Senado em 2018.
O Estadão
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