Bolsonaro foi transferido da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora para o Einstein, no Morumbi (zona sul de SP), na manhã desta sexta, menos de 24 horas após passar por cirurgia de reparação das lesões que sofreu ao ser esfaqueado durante ato de campanha na cidade mineira. O ataque provocou perfurações nos intestinos grosso e delgado e em vasos sanguíneos do mesmo órgão, o que gerou uma hemorragia.
Ao dar entrada no hospital paulista, às 10h43, o presidenciável passou por tomografia e exames de sangue. “Os exames não revelaram nenhuma doença que tenha complicado o caso, nenhuma complicação. Todas as lesões são delicadas, mas já foram corrigidas em Juiz de Fora e ele evolui bem”, declarou Macedo. "Não há infecção no momento, está tudo bem controlado e, de qualquer forma, ele está tomando antibióticos”, completou o médico.
A ocorrência de uma infecção era uma das maiores preocupações da equipe da Santa Casa de Juiz de Fora pelo fato de a perfuração do intestino ter provocado queda de material fecal na cavidade abdominal, o que aumenta o risco de contaminações. Essa foi a principal razão pela qual o candidato teve de passar por uma colostomia (exteriorização do intestino grosso para a abertura de uma saída para as fezes na parede abdominal).
O cirurgião do Einstein não quis estimar quando o candidato terá alta ou poderá retomar agenda de campanha. “Não dá para ter ideia de quando ele sairá da UTI ou terá alta. O que sabemos que é ele está indo muito bem. É uma pessoa forte emocionalmente, que reage bem ao tratamento”, relatou o especialista.
Não é a primeira vez que o especialista comanda a equipe médica de uma figura pública. Em 2010, Macedo foi o chefe dos cirurgiões que operaram Hebe Camargo e descobriram um câncer raro no peritônio (membrana que envolve os órgãos abdominais) da apresentadora. Ela morreu em 2012, aos 83 anos, em decorrência da doença.
Colostomia. Quanto ao uso da bolsa coletora de fezes decorrente da colostomia, Macedo afirmou que dois meses é "um tempo razoável" para a permanência do dispositivo. Após esse prazo, se tudo correr bem, o candidato poderá passar por uma nova cirurgia para reconstruir o trânsito intestinal normal.
Embora a equipe médica de Bolsonaro seja cautelosa ao dar prazos para a retomada das atividades pelo candidato, cirurgiões ouvidos pelo Estado dizem que, em casos como o do presidenciável, os pacientes costumam ficar afastados do trabalho por cerca de um mês, o que impediria o presidenciável de retomar a campanha de rua antes do primeiro turno, marcado para o dia 7 de outubro.
Por: Fabiana Cambricoli, O Estado de S.Paulo
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