No Distrito Federal, preço do biocombustível nos postos varia de 64% a 69% do valor cobrado pelo derivado do petróleo, abaixo dos 70% que, segundo especialistas, torna o álcool a melhor opção na hora de abastecer o carro.
Em 23 dos 30 postos do DF pesquisados já é mais vantajoso abastecer com etanol. Em apenas dois deles o valor cobrado pelo álcool ainda não torna o produto uma boa opção. E cinco dos estabelecimentos visitados não vendem o biocombustível.
Não é apenas no Distrito Federal que abastecer com etanol se tornou mais econômico. De acordo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a relação de preço entre os dois combustíveis tem ficado abaixo de 70% em sete estados, além do Distrito Federal.
Em regiões em que o uso do combustível renovável é mais consolidado, o preço do etanol chega a ficar abaixo de 60% do cobrado pela gasolina, como em Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Mas, em estados onde o biocombustível é, normalmente, pouco atrativo para o consumo, os preços também se tornaram vantajosos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o biocombustível custa em média 66,5% do valor da gasolina.
O educador financeiro Jônatas Bueno, no entanto, lembra que é importante calcular sempre os custos de abastecer com álcool e com a gasolina. “O etanol, via de regra, está mais barato. Mas o consumidor ainda não pode sair abastecendo com etanol sem fazer as contas na ponta do lápis”, afirmou. De acordo com ele, é preciso também testar o consumo do carro e avaliar qual dos combustíveis vale a pena para o tipo de veículo que cada um possui.
O servidor público Sátiro Silva, 50 anos, disse que, depois que a gasolina passou a custar R$ 5, passou a abastecer o carro só com etanol. De acordo com ele, a diferença não é muito grande, mas alivia o bolso. “Eu gasto cerca de R$ 600 por mês com combustível; então, qualquer economia que posso fazer é válida”, explicou. Para ele, o biocombustível só não é mais econômico por conta dos aumentos consecutivos que acompanham a cotação da gasolina. “Antes, a gente achava etanol por R$ 2,30 o litro. Agora, no local mais barato em que consigo abastecer, sai por R$ 3,20. Os dois combustíveis aumentaram juntos”, explicou.
Sátiro disse que está se tornando cada vez mais difícil encontrar alternativas para deixar o custo com transporte mais econômico. “Não tem para onde fugir. Em Brasília, é tudo muito longe, e a população não pode contar com um transporte público de qualidade. Assim, ficamos de mãos atadas”, criticou.
Jônatas Bueno aconselha os consumidores a pagar o combustível sempre à vista, seja em dinheiro, seja com cartão de débito. É uma forma, segundo ele, de não se endividar. “Além de economizar com o desconto dado a quem paga à vista, o consumidor também evita a dívida prolongada”, explicou o educador financeiro.
Correio Braziliense
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