quinta-feira, setembro 20, 2018

Antipetistas ricos deixam Marina e Amoêdo e migram para Bolsonaro

Candidato do PSL tem captado eleitor que rejeita o PT, mas tinha outra opção para o 1º turno. Alckmin tenta fazer o mesmo, mas não consegue.

Análise dos últimos números do Ibope mostra que, em cerca de 15 dias, a candidata da Rede, Marina Silva, e João Amoêdo, do Novo, perderam votos entre os eleitores mais ricos. Marina perdeu mais da metade da intenção de voto entre os que têm renda familiar de mais de cinco salários mínimos, passando de 8% para 3%. Amoêdo, que tem o seu melhor desempenho entre os mais ricos, também perdeu fôlego: passou de 10% para 6%.

Movimento contrário aconteceu com Jair Bolsonaro (PSL), que ampliou ainda mais a influência entre esse estrato de renda. O ex-capitão do Exército passou de 30% das intenções de voto para 41%. O mais provável, segundo analistas de pesquisas com quem o blog conversou, é que os votos antipetistas que estavam com Marina e Amôedo migraram para Bolsonaro, como voto útil – nas pesquisas, o voto da candidata da Rede aparece como o menos convicto entre os candidatos mais bem posicionados na corrida eleitoral.

Pelo movimento do eleitor, Bolsonaro – que está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em SP, após ser esfaqueado durante ato de campanha em 6 de setembro – está conseguindo atrair de outros candidatos os votos daqueles que rejeitavam o PT, mas não tinham o candidato do PSL como primeira opção. Cerca de 30% dos eleitores se declaram antipetistas convictos, segundo o Ibope.


O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tenta fazer essa captação, mas ainda não conseguiu. A campanha tucana vai aumentar o tom das críticas a Bolsonaro e ao PT, na tentativa de brecar a migração do votos críticos ao petismo para Bolsonaro e capturar eleitores que não querem o PT, mas que estão ou migraram momentaneamente para Bolsonaro.

Alckmin manteve a mesma intenção de voto entre os mais ricos: 8%. Nas últimas eleições, o PSDB era o partido que tinha melhor desempenho entre os mais ricos e mais escolarizados, mas nesta disputa esse perfil de eleitor migrou para Bolsonaro. Tanto que Alckmin tinha, há cerca de 15 dias, o seu melhor desempenho entre os mais pobres, chegando a 9% dos que têm renda familiar de até 1 salário mínimo. Na pesquisa de ontem, porém, ele perdeu fôlego nessa faixa de eleitor, oscilando negativamente para 8% provavelmente perdeu votos para Fernando Haddad, que chega a 27% das intenções de voto entre os que têm renda mais baixa.

Os brancos e nulos também diminuíram entre os que são mais ricos: passaram de 12% para 8% enquanto os indecisos oscilaram positivamente: eram 3% agora são 5% dos que têm renda familiar acima de 5 salários mínimos.

Blog Julia Duailibi/Globo

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