Recurso foi indeferido por esmagadora maioria: 57 a 29. Informações foram confirmadas pelo presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro
Enquanto os militantes do PT de Pernambuco celebravam eufóricos o resultado da votação no diretório estadual do partido, gritando a plenos pulmões o nome de Marília Arraes, o senador Humberto Costa dava uma entrevista em outro tom. Frio, minimizava o resultado e deixava claro que este não teria efeito prático. “Se não houver nada novo, a tendência da votação no diretório nacional será manter a decisão da executiva”. E foi exatamente o que aconteceu nesta sexta-feira. Por 59 votos contra 28, os líderes do partido aprovaram a estratégia nacional - que determina o apoio ao PSB em Pernambuco na eleição para o governo do estado. Assim, a esperança de Marília - e da imensa maioria do PT local - durou menos de 24 horas. O recurso apresentado para rever a decisão da executiva também foi indeferido por esmagadora maioria: 57 a 29. As informações foram confirmadas pelo presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro.
As primeiras informações que circulam são de que a vereadora do Recife vai acatar a decisão nacional do partido. O jornal O Estado de São Paulo publicou matéria nesta sexta-feira (3) com relatos de pessoas próximas a então pré-candidata ao governo de Pernambuco que descartaram uma batalha judicial. A resignação, entretanto, não significa apoio à reeleição de Paulo Câmara. De acordo com as mesmas fontes de O Estado, ela não aceitará subir no palanque com o PSB.
Caso o cenário definido nesta sexta-feira (3) no diretório nacional do PT se confirme, as implicações nas eleições de Pernambuco serão as seguintes: Paulo Câmara (PSB) terá o apoio direto do PT, inclusive com Humberto Costa disputando uma vaga ao senado ao lado de Jarbas Vasconcelos (MDB) na chapa. Esta composição força naturalmente a saída do PDT da base governista, abrindo a possibilidade de uma candidatura de terceira via para o governo do estado.
No cenário nacional, a estratégia do PT que garantiu a neutralidade do PSB nas eleições enfraquece diretamente a candidatura de Ciro Gomes (PDT) - que termina este período de negociação de alianças isolado, com pouquíssimo tempo de TV e com uma fatia pequena do fundo partidário. Agora resta apenas ao cearense buscar alianças estaduais com os socialistas - o que deve conseguir na maioria dos estados. Já o PT ainda conseguiu puxar o PCdoB para seu bloco - um movimento já esperado -, levando a deputada Manuela D’Ávila a retirar sua candidatura para ser vice de Lula ou do eventual substituto quando o TSE oficializar o impedimento do ex-presidente, atualmente preso na sede da Polícia Federal em Curitiba - condenado em 2ª instância por corrupção. Esta condenação enquadra Lula na Lei da Ficha Limpa.
Diário de Pernambuco
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