A capitalização das três principais pré-candidaturas ao Governo do Estado à imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - preso desde o dia 7 de abril - é um caminho natural para quem pretende ser eleito nas próximas eleições. Não é à toa que o governador Paulo Câmara (PSB), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) e a vereadora recifense Marília Arraes (PT) procuram, cada um ao seu modo, vincularem suas respectivas postulações ao líder petista, que teria 70% das intenções de voto em terras pernambucanas.
Pernambucano, o ex-presidente deixou a presidência da República com praticamente 80% de aprovação de seu Governo no Nordeste, e, principalmente, em seu estado natal. O chamado “lulismo” é uma denominação utilizada pelos cientistas políticos para identificar a herança eleitoral de Lula na Região.
Para a cientista política Priscila Lapa, seria um equívoco eleitoral para qualquer pré-candidato dispensar seus vínculos com o ex-presidente num cenário de eleição em Pernambuco. “É natural que todos os pré-candidatos queiram uma aproximação com o ex-presidente Lula no processo eleitoral. Isso não acontece apenas aqui em Pernambuco, mas também em qualquer estado do Nordeste”, disse Lapa.
Mesmo com realizações que beneficiaram diretamente à região, a cientista acredita no olhar crítico dos votantes. “A gente não pode pressupor uma ingenuidade do eleitor”, alertou. Segundo a cientista, a nacionalização do debate pode ajudar na identificação da posição de cada palanque, já que o eleitor sente-se atingido por questões econômicas e socais. “A violência, a economia, tudo isso será debatido para que o eleitor faça distinção de projeto de poder entre candidatos”, afirmou.
Ainda nesta terça-feira (17), Marília Arraes, correligionária do ex-presidente, seguiu uma linha de pensamento que tentava legitimar sua candidatura à frente dos adversários enquanto petista, além de atacar diretamente seus oponentes. A petista apontou um “oportunismo” de Paulo Câmara na condução do processo, além de observar integrantes da “base de sustentação do Governo Temer” inserida na coligação de Armando Monteiro Neto.
O pernambucano Lula, para o cientista político Thales Castro, conta com o “voto emotivo”. “Ele (Lula) saiu do governo com 78% de aprovação entre bom e ótimo no Nordeste. É um verdadeiro legado deixado por ele como Miguel Arraes, Padre Cícero, Frei Damião, isso mexe com o emotivo. Fez o Bolsa Família e ainda está guardado na cabeça do eleitor”, explicou Castro, reforçando os motivos dos 70% de desempenho de Lula nas pesquisas espontâneas.
Por Folha dePE
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