Armando Monteiro em entrevista ao Blog de Assis Ramalho - Foto: Lúcia Xavier/arquivo/BlogAR
Pré-candidato ao governo do estado, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) visitou, ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso há mais de 100 dias. O parlamentar pernambucano participou de uma comitiva suprapartidária da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que verificou as condições das celas e dos presos na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Ao lado de Armando, estiveram com Lula quatro senadores, três do MDB – Renan Calheiros (AL), Roberto Requião (PR) e Edison Lobão (MA) - e o petista Jorge Viana (AC). Os presentes foram aliados do ex-presidente e declararam votar no petista caso ele seja candidato ao Palácio do Planalto. “Se for Lula o candidato, eu voto em Lula”, disse Armando ao Diario, à noite, após a visita. “Se for Lula, eu apoio”, completou, sem assumir compromisso com outra pré-candidatura.
Indagado se havia conversado com o petista sobre a política estadual, Armando disse que sim. “Ele conhece meu posicionamento (que tem o meu apoio). Ele sabe qual é o quadro de Pernambuco, sabe que tem coisas que ainda precisam ser definidas, se vai ou não apoiar o acordo com o PSB”, ressaltou, sendo o terceiro pré-candidato ao governo a confirmar o voto no ex-presidente. O governador Paulo Câmara (PSB) e a vereadora Marília Arraes (PT) já fizeram o mesmo.
Segundo Armando, a visita a Lula teve um “caráter institucional” e “um significado pessoal”, tendo em vista a relação de amizade do ex-presidente com seu pai, o ex-ministro Armando Monteiro Filho. “Além do caráter institucional, minha visita teve um lado pessoal. Se meu pai estivesse vivo e se pudesse, ele iria visitá-lo”, declarou. “Fiquei muito feliz de encontrá-lo animado, com disposição de presidente. Essa viagem tem um significado para além do caráter institucional. Também tem um sentido pessoal, por minha relação de muitos anos com o presidente Lula e como uma homenagem ao meu pai, que se vivo estivesse certamente viria aqui trazer sua solidariedade”, ressaltou o pré-candidato.
Palanque de Temer
Nos bastidores, a visita do petebista também foi observada como um gesto para tentar blindá-lo de críticas de Paulo Câmara e de Marília Arraes (PT). Armando recebeu o apoio de Lula em 2014, votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, de quem foi ministro, mas seus adversários usam o apoio que ele recebeu agora da família Coelho, em Petrolina, do DEM e do PSDB para ligar seu palanque ao governo Temer. Esse tem sido o ponto franco do senador na campanha, uma vez que a popularidade do ex-presidente se mantém em alta no Nordeste e em Pernambuco.
Armando tem se esforçado para estadualizar o debate político nas eleições de 2018, mas tanto Paulo Câmara quanto Marília querem ligá-lo a Temer. A petista inclusive tem feito um discurso para se diferenciar dos adversários, lembrando que Armando é apoiado por aliados do presidente, enquanto o PSB de Paulo votou no impeachment de Dilma.
Por: Diário de Pernambuco
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