sexta-feira, junho 29, 2018

Dia do Pescador: Codevasf realiza peixamentos e capacitações para incentivar atividade pesqueira


O apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) à atividade pesqueira contribui para geração de emprego e renda para centenas de famílias que tiram do rio o seu sustento. Dentre as ações, destacam-se os peixamentos que ajudam a manter os estoques pesqueiros ao longo do Velho Chico e as capacitações para pescadores, marisqueiras, catadores de caranguejo e piscicultores familiares, principalmente no vale do Parnaíba, no Piauí, onde o segmento tem grande potencial econômico. As ações são motivos de satisfação para os pescadores que comemoram em 29 de junho o Dia do Pescador.

"É um importante trabalho, fruto de muita pesquisa, que proporciona grandes benefícios para a sociedade e para o meio ambiente. Com a constante degradação dos ecossistemas aquáticos, essa atividade promove a recuperação da biodiversidade nos rios e lagoas e, consequentemente, garante o sustento de muitas famílias", afirma o presidente da Codevasf, Avelino Neiva, sobre a prática do peixamento.

Nos últimos dez anos, os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura, mantidos pela Companhia ao longo do vale do São Francisco, produziram e distribuíram aproximadamente 155 milhões de alevinos. Desse total, cerca de 72 milhões foram direcionados para peixamentos, totalizando 760 realizados no período. A outra parte da produção é voltada para a aquicultura.


O engenheiro de pesca Hermano Luiz Carvalho Santos, chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura, vinculada à Gerência de Desenvolvimento Territorial da Área de Revitalização da Codevasf, explica que as principais funções dos peixamentos são a manutenção e a conservação da biodiversidade aquática dos rios. "Nos últimos anos, as principais utilizadas em ações de repovoamento foram pirá, curimatã pacu, curimatã pioa, matrinxã, piau, pacamã, cascudo e piaba", esclarece Santos. Somente em 2017, foram produzidos pela Codevasf aproximadamente 7,2 milhões de alevinos, sendo 3,8 milhões para aquicultura e 3,4 milhões utilizados em 35 peixamentos.

Para os pescadores, a soltura dos alevinos contribui para a manutenção da pesca na região. Lealdo Vilela, 45 anos, é pescador artesanal em Porto Real do Colégio (AL), no Baixo São Francisco, e presidente da Colônia de Pescadores Z-35. Desde criança vive da pesca, ofício que aprendeu com o pai. "Todos nós do Baixo São Francisco, que moramos em cidades ribeirinhas, sabemos da importância da realização dos peixamentos realizados pela Codevasf. É importante pra manter nosso trabalho e repovoar o rio, inclusive com algumas espécies nativas de peixes, como matrinxã, xira e outras, que não eram mais vistas na região e voltaram a aparecer graças a esse trabalho da Codevasf", afirma Vilela.

A Companhia foi uma das pioneiras no desenvolvimento de tecnologias de reprodução de peixes nativos do rio São Francisco. O programa de peixamento teve início em 1983, na represa de Três Marias, em Minas Gerais, com a utilização de alevinos de curimatãs (pacu e pioa), matrinxã, piau verdadeiro, pacamã e surubim.

Capacitações abrem novos horizontes

Além de atuar na prática do peixamento, a Codevasf também investe em capacitações que visam desenvolver a pesca e outras atividades extrativas ligadas ao setor. No Piauí, a empresa apoia diretamente 236 famílias de pescadores e pescadoras, marisqueiras, catadores de caranguejo e piscicultores familiares, principalmente no Norte do estado, região com grande potencial na área. As ações são voltadas para realização de cursos em diversas áreas, como gestão produtiva e econômica, comercialização, experimento de campo, entre outras.

"No estado, a empresa apoia, de forma estrutural e por meio do acompanhamento técnico, diversos projetos produtivos geridos por associações de piscicultores, pescadores, marisqueiras, cooperativas, colônias de pescadores, sindicatos rurais e agricultores familiares distribuídos nos municípios de Parnaíba, Ilha Grande, Luís Correia, Caxingó, Murici dos Portelas, Joaquim Pires, Luzilândia, Matias Olímpio, Piracuruca e Sigefredo Pacheco", explica Rafson Varela dos Santos, chefe do Escritório de Apoio Técnico da Codevasf em Parnaíba, litoral piauiense.

A realização dos treinamentos segue um planejamento para atender as demandas das instituições parceiras e produtores. Ao longo de 2017 e primeiro semestre de 2018, foram ministrados diversos minicursos, capacitações, reuniões técnicas, seminários e encontro sobre pesca e aquicultura familiar. Nesse período, foram capacitadas 420 pessoas em oito municípios. Os cursos envolvem temas que vão desde licenciamento de projeto de piscicultura até aspectos sobre a comercialização de peixes.

Os treinamentos e capacitações também incentivam os pescadores artesanais que ingressaram na aquicultura, trocando instrumentos de pesca tradicional pela criação de peixes para comercialização. É o caso do pescador Francisco das Chagas, presidente da Associação dos Piscicultores Familiares de Parnaíba. Atualmente, ele se dedica à produção de tilápia em tanque-rede. A atividade foi estruturada pela Codevasf. "Foi ideal ter investido na criação de peixe. É mais vantajoso. Era difícil pescar. Tinha pouco peixe. A Codevasf apoia a gente. Com coragem e vontade de trabalhar, vamos vencendo", relata Martins. Hoje, ele pesca só por diversão. "Pra não perder a prática", explica.

Desde 2007, a Companhia já apoiou mais de 100 projetos de inclusão produtiva na área de pesca e aquicultura, capacitando mais de 2,5 mil pessoas, em atividades como piscicultura em tanques-rede e viveiros escavados.

Codevasf

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