Para ele, a decisão sobre ter candidato ou apoiar Paulo Câmara deve ser avaliada nacionalmente. “Não temos nada contra ter candidatura própria. O que a gente achava era que era uma coisa inviável. Mas, neste momento, pelo que a pesquisa diz tem viabilidade”, disse.
Todavia, ao ser questionado, Humberto reforçou que mantém a defesa da aliança com o PSB por considerar positiva para a defesa da candidatura do ex-presidente Lula (PT) à Presidência. “Continuo porque eu acho que é importante para o nacional”, disse.
Humberto e Marília, que tenta se viabilizar como pré-candidata, travam uma disputa interna que expôs um racha no PT. Enquanto a neta de Miguel Arraes concedia entrevistas diárias em rádios locais criticando o governo Paulo, o senador subia à tribuna do Senado para defender abertamente a formação da aliança do PT-PSB.
Defensores da candidatura de Marília estavam ansiosos pela pesquisa e apostam nela como um trunfo para que o projeto de candidatura do PT seja mantido. A deputada estadual Teresa Leitão (PT) integra o grupo e afirmou que, até o domingo (10), no encontro de delegados – quando 300 representantes das diversas tendências do partido devem votar se querem aliança com o PSB ou candidatura própria – surgirão muita declarações. “Se ele (Humberto) chegar no encontro com a posição de retirar a tese da aliança, é uma coisa. E não é ele sozinho que está defendendo a tese da aliança, há outros setores, mas vamos aguardar”.
Humberto Costa é cotado ao Senado na chapa de Paulo, que também deve contar com o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB). Se o PT decidir pela candidatura de Marília, Humberto deve avaliar a qual cargo irá disputar.
Nos bastidores, defensores da aliança acreditavam que o martelo poderia ter sido batido ontem, após o encontro entre Gleisi e Paulo. Mas o posicionamento de Humberto Costa deixa dúvida sobre a viabilidade da união. “É o PT Nacional que tem que decidir se ele vai querer ou não fazer aliança nacional. Não me sinto mais com responsabilidade em relação a nada. Não vou me opor, vou cumprir a decisão a ser tomada”.
Por outro lado, o vice-presidente do PT-PE, Oscar Barreto, defende aliança e afirma que “pesquisa é momento”. “Tivemos várias eleições em que pesquisa apontava um e deu outro, é elemento para que o grupo de campanha faça sua estratégia, e não definidor. Temos que lembrar que não está posta ainda a campanha, coisas podem mudar. Quem está compartilhando acha que está na frente e ganhou, mas isso divide o PT e o PT dividido não tem futuro”, diz.
Um dos pré-candidatos ao governo pelo PT, o deputado estadual Odacy Amorim considera que a pesquisa ficou prejudicada por ter sido realizada durante a greve dos caminhoneiros. “Foi um momento muito ruim para fazer essa pesquisa, em que o Estado estava parado. Mas o mais importante é que o partido se defina. Eu vejo que a nacional tem uma responsabilidade muito grande a respeito disso”.
Teresa Leitão ressalta que a pesquisa foi uma exigência do próprio Humberto. “Ela foi feita inclusive como um elemento referencial para uma tomada de posição. Tanto é que nós queríamos que esse encontro já tivesse sido realizado, no dia 12 de maio e, nesse processo de adiamento, um dos argumentos que eles utilizaram foi à realização da pesquisa”, disparou.
Jornal do Commércio
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