terça-feira, maio 01, 2018

Sem verba do imposto sindical, centrais encolhem eventos do 1º de maio

O evento que tradicionalmente reúne o maior público na data, realizado pela Força Sindical em São Paulo, perdeu R$ 500 mil em investimento (Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes) 

Na primeira comemoração do Dia do Trabalho após a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, a festa encolheu, um efeito principalmente do fim da contribuição sindical obrigatória. O evento que tradicionalmente reúne o maior público na data, realizado pela Força Sindical em São Paulo, perdeu R$ 500 mil em investimento. Na festa anterior foram gastos R$ 2,5 milhões, valor que, na média, vinha sendo mantido havia alguns anos.

"Os sindicatos, que também bancam parte da festa, estão sem condições financeiras", justificou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Este ano, o número de carros a serem sorteados, um dos grandes atrativos do evento que já chegou a ter público de mais de 1 milhão de pessoas, também diminuiu, e haverá menos "estrelas" se apresentando no palco desta terça-feira, 1º.

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) também sentiu a mudança de cenário. Depois de ter feito uma festa grandiosa no Sambódromo de São Paulo no ano passado, com cantores como Emicida e Fernando ? também não está gerando empregos e nem modernizou as relações trabalhistas", afirma Egea, da CSB.

Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), "a reforma é mentirosa e criminosa". A entidade este ano focou suas ações em um seminário sobre a indústria 4.0 e o emprego do futuro e em um debate com candidatos à presidência da República.

Na opinião do pesquisador em economia do trabalho do Ibre/FGV, Tiago Barreira, porém, também há insegurança jurídica por parte das empresas diante de ações na Justiça promovida por sindicatos para manter o imposto sindical aprovado em assembleias. E ressalta que o fim da contribuição obrigatória também afeta os sindicatos patronais. "As entidades precisam buscar fontes alternativas de receita."

Atrações

No ano passado, a Força Sindical sorteou 17 modelos Hyundai HB20 (que no mercado custa R$ 44 mil) ao público que foi à Praça Campo de Bagatelle, na zona Norte de São Paulo. Nesta terça-feira, serão 15. O grandioso palco para receber artistas, políticos e sindicalistas está 20% menor. Entre os políticos, devem estar presentes o presidente do Câmara, Rodrigo Maia, o governador Márcio França e o prefeito Bruno Covas. Entre os cantores a se apresentar estarão Leonardo e a dupla Simone & Simaria.

Juruna acredita em um público de 500 mil pessoas, ante as cerca de 700 mil em 2017. Em anos anteriores a Força chegou a atrair mais de 1 milhão de pessoas. Segundo ele, todos os candidatos à presidência foram convidados - “exceto Bolsonaro, pois o discurso dele não é bem vindo no meio dos trabalhadores”. De acordo com Juruna, boa parte dos custos da festa é bancada por patrocinadores como a Caixa Econômica Federal e a montadora Hyundai. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diáiro de Pernambuco

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