terça-feira, maio 01, 2018

Gripe faz igreja mudar comunhão na Arquidiocese de Olinda e Recife


Medidas anunciadas por dom Fernando Saburido estão sendo comunicadas aos fiéis nas paróquias e no site da arquidiocese.

Com a confirmação da primeira morte por contaminação com o vírus da gripe H1N1 em 2018, na semana passada, e o registro de oito casos envolvendo o vírus em Pernambuco, o arcebispo de Olinda e Recife Dom Fernando Saburido divulgou ontem uma série de orientações para prevenir a transmissão da gripe nas paróquias durante as celebrações. A arquidiocese aconselha que, durante as missas, os ministros evitem distribuir a comunhão diretamente na boca dos fiéis. Também recomenda que o aperto de mão seja evitado, além de se evitar o abraço da paz e não dar as mãos ao se rezar o Pai-Nosso.

Dom Fernando Saburido afirmou que orientações semelhante estão sendo adotadas por outras arquidioceses, como a de Natal, no Rio Grande do Norte. As medidas, segundo o arcebispos, são importante porque durante a celebração eucarística as pessoas têm muito contato, podendo o vírus ser transmitido justamente pelo toque. “Elas não trazem prejuízo para a fé nem para os atos que acontecem na liturgia. E são medidas preventivas durante uma fase”, disse dom Fernando Saburido.


As orientações do arcebispo, enviadas às paróquias e divulgadas no site da arquidioceses, estão sendo divulgadas durante as missa. Para o Padre Antônio Mota, reitor do santuário de Nossa Senhora de Fátima no Recife, na Boa Vista, as medidas são simples, provisórias e fundamentais durante um caso de epidemia. “Nosso arcebispo tem autoridade canônica e pastoral para cuidar bem das pessoas. Não apenas no plano espiritual, mas também no da saúde. Por isso, devemos obedecer para evitar contrair ou transmitir bactérias e vírus através do toque, que é muito maior”, afirmou o sacerdote. Quanto à devoção das pessoas de receber a hóstia na boca, o padre ressaltou que o gesto voltará a ser praticado com o fim da epidemia no futuro.

Aprovação

Frequentadora assídua das missas, a advogada Maria Augusta Ferreira estava ciente das recomendações. “É importante preservar a saúde e acho que essas medidas não trazem prejuízo para a fé”, opinou. A bancária Ângela Chiarelli concorda. “As atividades religiosas precisam estar em consonância com o que está acontecendo na sociedade. Toda vez que tiver uma epidemia de uma doença contagiosa é necessário que se alie o religioso aos hábitos tradicionais, com a saúde e outras demandas do dia a dia”, disse Ângela.

A primeira vítima do vírus do H1N1 em Pernambuco era um homem de 45 anos, notificado no dia 16 de abril com a síndrome respiratória aguda grave (SRAV). Ele estava internado no Instituto Integral Professor Fernando Figueira (Imip), nos Coelhos, e faleceu na última terça-feira. A confirmação da causa da doença ocorreu na sexta-feira. De acordo com boletim da Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco registrava 315 casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag), com um resultado positivo para influena A(H1N1) e quatro para influenza A(H3N2), até o dia 14 deste mês.

O número de casos de Srag em 2018 representa uma diminuição de 38,5% em relação a 2017, quando foram registrados 513 adoecimentos, sendo 48 para influenza A(H3N2), sete de influenza B, dois de vírus sincicial respiratório (VSR) e um de para influenza1. O Brasil notifica obrigatoriamente os casos de Srag, que é quando há necessidade de internação de pacientes com febre, tosse ou dor de garganta associado à dispneia ou desconforto respiratório.

Prevenção contra o H1N1

Durante as missas

Evitar o aperto de mão durante a acolhida aos fiéis
Não dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso
Omitir o abraço da paz
Distribuir a comunhão somente sob uma espécie e diretamente nas mãos, devendo o fiel comungar diante do ministro

Em todos os momentos
Higienizar as mãos com água e sabão, depois de tossir ou espirrar, após usar o banheiro, antes das refeições, antes de tocar nos olhos, boca e nariz
Utilizar lenço descartável para higiene nasal
Proteger com lenços, preferencialmente descartáveis a cada uso, a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
Evitar tocar nos olhos, nariz ou boca, após o contato com superfícies
Manter os ambientes bem ventilados
Evitar contato próximo a pessoas que apresentam sinais ou sintomas de influenza
Orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de transmissão da doença (até 5 dias após o início dos sintomas)
Evitar aglomerações e ambientes fechados
Repousar, ter alimentação balanceada e ingerir líquidos
Fonte: Arquidiocese de Olinda e Recife

Diário de Pernambuco

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